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PRIVATIZAÇÃO
BB compra maior parte das ações, mas nega federalização
Companhia de eletricidade da
Bahia é vendida por R$ 1,73 bi
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
A Coelba (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia) teve
65,4% do seu capital vendido ontem por R$ 1,73 bilhão para a empresa Guaraniana S/A, formada
pela empresa espanhola Iberdrola,
pelo Banco do Brasil e pela Previ,
fundo de pensão dos empregados
do mesmo Banco do Brasil.
Embora a participação do BB tenha sido de 56% do total comprado, o diretor Financeiro e de Relações com o Mercado do banco,
Carlos Caetano, disse que 44% foi
comprado por fundos privados
administrados pelo banco. Por esse motivo, afirma, não é correto
dizer que a Coelba foi federalizada,
em vez de privatizada.
Segundo Caetano, as suspeitas
de que o BB teria comprado a
maior parte da Coelba só pode ter
partido "de setores que estão
preocupados com a agressividade
do banco na gestão de recursos".
A empresa, que era controlada
pelo governo baiano, foi leiloada
na Bolsa do Rio, e o ágio obtido
sobre o preço mínimo de R$ 975,81
milhões foi de 77,38%.
"O Senhor do Bonfim (padroeiro da Bahia) estava presente aqui",
disse o presidente da Bolsa da Bahia, Brorim Marmund, comemorando o resultado do leilão.
A disputa foi feita na forma de
propostas entregues em envelopes
fechados. A menor proposta foi de
R$ 1,4 bilhão.
O governador da Bahia, Paulo
Souto (PFL), disse que parte do dinheiro vai para investimentos em
saúde, educação e segurança.
Do total arrecadado no leilão, o
governo baiano receberá R$ 1,51
bilhão, à vista e em moeda corrente. O restante vai para o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e para
a Eletrobrás.
BNDES e Eletrobrás tinham antecipado recursos para o governo
baiano a título de antecipação da
venda da Coelba, durante a preparação da empresa para a venda.
Antes do leilão, o governo da Bahia já havia obtido R$ 117 milhões
com ofertas públicas de ações da
Coelba. O BNDES vai financiar os
compradores com até 50% do valor do preço mínimo (R$ 492,9 milhões).
Banco do Brasil
De acordo com Maria ângela
Cruz Auler, gerente-executiva da
Banco do Brasil DTVM (Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários), o banco comprou para sua
própria carteira 12% da parte da
Coelba colocada ontem em leilão.
A compra, segundo ela, foi feita
pelas empresas Banco do Brasil de
Investimentos, Banco do Brasil
Capitalização e Banco do Brasil
Previdência Privada.
A Iberdrola, empresa que controla 40% do mercado espanhol de
energia elétrica, ficou com 39% do
total leiloado, e a Previ, com 5%.
Em relação à parcela de 44%
comprada, segundo o BB, por fundos administrados pelo banco, o
diretor Carlos Caetano disse que o
banco administra mais de R$ 20
bilhões em fundos de terceiros e
que a compra foi feita por ordem
de alguns dos donos desses fundos, cujos nomes ele não quis revelar.
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