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Presidente quer
uma saída para
"essa situação"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso reuniu aliados,
na noite de segunda-feira, para
discutir a pauta de votações do
Congresso neste semestre.
Boa parte do encontro foi tomada pela discussão do "pacote ético", mas todos os presentes evitaram falar diretamente
no nome do senador Jader Barbalho (PMDB-PA).
Denúncias de corrupção contra Jader levaram ao seu afastamento da presidência do Senado há dez dias e provocaram a
discussão do chamado "pacote
ético" -um conjunto de projetos para recuperar a credibilidade do Congresso.
Durante o jantar, a crise que
atingiu o Senado depois da série de denúncias contra Jader
era tratada como "essa situação
do Congresso". Segundo congressistas que participaram do
encontro, as conversas se referiam ao caso do presidente licenciado do Senado, mas sem
abordar diretamente seu nome
e as acusações contra ele.
Jader enfrenta denúncias que
vão do desvio de dinheiro do
Banpará (Banco do Estado do
Pará), passando pela emissão
irregular de TDAs (Títulos da
Dívida Agrária) para fins de reforma agrária, à cobrança de
propina para liberar financiamentos da extinta Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).
Pacote ético
O "pacote ético", defendido
pelo presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), e pelo
presidente interino do Senado,
Edison Lobão (PFL-MA), visa
tirar o foco da crise política que
enfrenta o Congresso desde o
episódio da violação do painel
de votações do Senado.
A fraude no painel no dia da
votação da cassação de Luiz Estevão (PMDB-DF) levou à renúncia do então senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), ex-presidente do Senado,
e de José Roberto Arruda (sem
partido-DF), ex-líder do governo FHC naquela Casa.
FHC manifestou apoio ao
"pacote ético", mas disse que o
comando é de Lobão e de Aécio. O presidente mostrou-se
particularmente interessado
em um projeto que integra o
"pacote": o que trata da fidelidade partidária por meio da
definição de prazo mínimo de
filiação a partido político.
A Folha apurou que FHC defendeu a fidelidade partidária,
dizendo que sem esse mecanismo não há ordem no sistema
político-partidário e a democracia não se fortalece.
Além de FHC, Aécio e Lobão,
participaram do jantar no Palácio da Alvorada o vice-presidente Marco Maciel, o ministro
Aloysio Nunes Ferreira (Secretaria Geral) e os líderes do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), no Senado,
Romero Jucá (PSDB-RR), e no
Congresso, deputado federal
Arthur Virgílio (PSDB-AM).
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