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"Ganância do mercado" e "inércia do governo" geram a crise, diz Lula
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ontem que a crise econômica que o país atravessa tem origem na "ganância do mercado" e
na "inércia do governo".
O petista voltou a pedir que o
presidente Fernando Henrique
Cardoso convoque a oposição para discutir a crise e defendeu a
realização de uma minirreforma
tributária de emergência.
"É preciso desonerar a produção, estimular a exportação e aumentar o mercado interno. Pode
não dar resultado amanhã, mas
daqui a dois, três meses restabelecerá a confiança do mercado", declarou o petista.
"Quando as coisas dão certo o
mérito é da equipe econômica.
Quando dão errado, o problema
passa a ser de todos nós", declarou o candidato petista, em entrevista ao "Jornal da Record".
"Indigestão"
Questionado pelo âncora do
programa, jornalista Boris Casoy,
Lula atribuiu a uma "indigestão"
o fato de ter se retirado antes do
fim de almoço que participou na
sede da Folha em 19 de julho.
"Sempre fui bem tratado na Folha. Você sabe que tem dias que a
comida é indigesta", disse. "No
meu tempo a comida era boa",
brincou Casoy, que já foi editor-responsável do jornal. "Houve
um problema de indigestão. Eu
estava com problema no fígado.
Peguei, resolvi parar de almoçar e
ir embora. Mas sem nenhum problema. Vou participar de debate
que a Folha de S.Paulo está promovendo, sem nenhum resquício", disse, em referência a encontros públicos com presidenciáveis
que o jornal promoverá.
Casoy repetiu no ar duas perguntas do diretor de Redação da
Folha, Otavio Frias Filho, que irritaram o petista durante o almoço.
À questão de se considerar o suficientemente preparado para a
Presidência, Lula respondeu: "Me
considero o mais preparado de
todos os candidatos para ser presidente da República. Fundei o
partido político mais importante
da América do Sul, um partido
que tem base social. Criei a central
sindical mais importante da América Latina, que me dará sustentação para negociar um novo pacto
social", disse.
O petista comentou ainda a pergunta sobre a aliança do PT com o
PL, definido como uma linha-auxiliar do malufismo. "Tivemos
problemas com o PL em São Paulo e no Rio. Mas a aliança é uma
graça para nós por podemos ter
em nossa chapa o senador José
Alencar, um exemplo de empresário bem-sucedido."
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