São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002

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"Ganância do mercado" e "inércia do governo" geram a crise, diz Lula

DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ontem que a crise econômica que o país atravessa tem origem na "ganância do mercado" e na "inércia do governo".
O petista voltou a pedir que o presidente Fernando Henrique Cardoso convoque a oposição para discutir a crise e defendeu a realização de uma minirreforma tributária de emergência.
"É preciso desonerar a produção, estimular a exportação e aumentar o mercado interno. Pode não dar resultado amanhã, mas daqui a dois, três meses restabelecerá a confiança do mercado", declarou o petista.
"Quando as coisas dão certo o mérito é da equipe econômica. Quando dão errado, o problema passa a ser de todos nós", declarou o candidato petista, em entrevista ao "Jornal da Record".

"Indigestão"
Questionado pelo âncora do programa, jornalista Boris Casoy, Lula atribuiu a uma "indigestão" o fato de ter se retirado antes do fim de almoço que participou na sede da Folha em 19 de julho.
"Sempre fui bem tratado na Folha. Você sabe que tem dias que a comida é indigesta", disse. "No meu tempo a comida era boa", brincou Casoy, que já foi editor-responsável do jornal. "Houve um problema de indigestão. Eu estava com problema no fígado. Peguei, resolvi parar de almoçar e ir embora. Mas sem nenhum problema. Vou participar de debate que a Folha de S.Paulo está promovendo, sem nenhum resquício", disse, em referência a encontros públicos com presidenciáveis que o jornal promoverá.
Casoy repetiu no ar duas perguntas do diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, que irritaram o petista durante o almoço.
À questão de se considerar o suficientemente preparado para a Presidência, Lula respondeu: "Me considero o mais preparado de todos os candidatos para ser presidente da República. Fundei o partido político mais importante da América do Sul, um partido que tem base social. Criei a central sindical mais importante da América Latina, que me dará sustentação para negociar um novo pacto social", disse.
O petista comentou ainda a pergunta sobre a aliança do PT com o PL, definido como uma linha-auxiliar do malufismo. "Tivemos problemas com o PL em São Paulo e no Rio. Mas a aliança é uma graça para nós por podemos ter em nossa chapa o senador José Alencar, um exemplo de empresário bem-sucedido."



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