São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002

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NO AR

Os homens de Ciro

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Antes cearense, hoje cada vez mais paulista, Ciro Gomes disse à CBN em Bauru que, se ficar provada irregularidade de seu coordenador de campanha José Carlos Martinez, ele será afastado.
Disse o mesmo do vice, Paulo Pereira da Silva.
- Mas, se vierem desenterrar coisas do passado da vida privada, não me interessa.
Cada vez mais acuado, Ciro ainda se esforça por agarrar seus companheiros de primeira ou segunda hora.
Não Roberto Freire, do PPS, mas o PTB do empresário da CNT, rede de televisão erguida ao menos em parte com dinheiro de PC Farias.
Se o coordenador e o vice caírem, não vai faltar mais PTB para ele agarrar -e para a cobertura fazer a farra.
Ontem, por exemplo, em Adamantina, lá estava ao seu lado o mui paulista Luiz Fleury, o governador dos 111 do Carandiru e do Banespa.
 
Um registro curioso: Adamantina era descrita, no site da Globo, como a cidade "em que seus pais moravam quando a mãe engravidou de Ciro".
No caminho da carreata, cartazes diziam que "Adamantina saúda o filho ilustre".
 
Paulo Pereira da Silva sumiu. No relato de Franklin Martins, "depois das denúncias", ele não apareceu mais com Ciro e até perdeu a voz:
- Em Belo Horizonte, Paulinho alegou que estava rouco e não respondeu aos jornalistas, o que não o impediu de falar em seguida num ato político. Fica a pergunta: ele acha que dá para passar as próximas dez semanas driblando a imprensa?
 
A CNT, a rede de José Carlos Martinez, pode ter perdido a retransmissão de TV aberta em São Paulo, mas ainda pode ser vista na TV paga.
Ontem, cobria os ataques de José Serra a Ciro, pelas declarações que assustam investidores. Com aberta ironia, o CNT Jornal dizia que, "para reverter a queda, vale tudo".
Em outro registro, sobre o almoço de campanha do tucano em Brasília, notou:
- O almoço custa só R$ 1. E Serra não pagou a conta...
 
A pesquisa semanal do JN, com a pausa no crescimento de Ciro, acordou os tucanos, a começar de Serra.
No almoço populista com Joaquim Roriz, o tucano sorriu à solta, fez o sinal da vitória sem parar e concorreu com Ciro nas ofensas verbais.
Chamou-o de irresponsável, sem preparo etc. Estava tomado pelo lado escuro da Força.



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