|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Foco
Para driblar rejeição da elite, Crivella vai a jantar com socialites cariocas
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
Com dificuldades para subir nas intenções de voto na
zona sul do Rio de Janeiro, o
senador Marcelo Crivella
(PRB) -líder na pesquisa Datafolha, mas também campeão de rejeição, principalmente entre os mais abastados- optou por um atalho para falar com a elite: o elevador
do edifício Chopin, símbolo
da classe alta que mora em
Copacabana.
Na noite de anteontem, Crivella foi recebido para um jantar com 200 pessoas no apartamento da socialite Regina
Lemos Gonçalves, a partir de
articulação conduzida por
amigas de sua mulher, Sylvia
Jane Hodge Crivella.
O jantar foi organizado pela
promoter Georgiana Guinle,
que já foi da Universal, com
menu do chef do Copacabana
Palace, Luiz Incal. Crivella
cumprimentou os convidados
com reverência e bênçãos,
jantou -só bebeu água- e
discursou agradecendo a
oportunidade.
"Tenho feito essas reuniões
femininas na zona sul. Isso
ajuda a vencer a rejeição, que
só existe porque as pessoas
não nos conhecem", disse
Sylvia. Dois dos três filhos de
Crivella -Marcelo, 23, e Rachel, 20, - estavam no jantar.
Nenhum dos três votará no
pai, pois não estarão no Rio à
época das eleições.
Crivella já chegou a dizer
que "não adianta pedir votos
na zona sul". Segundo pesquisa Datafolha de 23 e 24 de julho, ele lidera a disputa com
24% das intenções de voto,
mas é rejeitado por 29% dos
eleitores -na zona sul, tem
18% dos votos.
Após o jantar, o senador recebeu um microfone para fazer um discurso. Reclamou do
"vendaval de infâmia, calúnia
e injúria" da mídia e alfinetou
o prefeito Cesar Maia, a quem
atribuiu, sem citar o nome,
um "ego desvairado".
Sylvia ainda salvou o marido de uma gafe. Ao avistar a
socialite Vera Loyola, Crivella
saudou-a usando o nome Regina Loyola. Logo foi corrigido
pela esposa. Vera parece não
ter se incomodado -depois
exortou os presentes a votarem em Crivella. Muitos admitiam não ter essa intenção.
"Só vim por causa da Regina. Ele tem muito a explicar
sobre as companhias com que
tem andado", disse uma senhora, referindo-se à associação de Crivella com candidatos supostamente ligados ao
tráfico e a milícias.
Texto Anterior: Eleições 2008 / Rio de Janeiro: Procuradora defende candidatos de favela Próximo Texto: Mídia: Justiça manda recolher edição de jornal em SC Índice
|