São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Foco

Para driblar rejeição da elite, Crivella vai a jantar com socialites cariocas

DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

Com dificuldades para subir nas intenções de voto na zona sul do Rio de Janeiro, o senador Marcelo Crivella (PRB) -líder na pesquisa Datafolha, mas também campeão de rejeição, principalmente entre os mais abastados- optou por um atalho para falar com a elite: o elevador do edifício Chopin, símbolo da classe alta que mora em Copacabana.
Na noite de anteontem, Crivella foi recebido para um jantar com 200 pessoas no apartamento da socialite Regina Lemos Gonçalves, a partir de articulação conduzida por amigas de sua mulher, Sylvia Jane Hodge Crivella.
O jantar foi organizado pela promoter Georgiana Guinle, que já foi da Universal, com menu do chef do Copacabana Palace, Luiz Incal. Crivella cumprimentou os convidados com reverência e bênçãos, jantou -só bebeu água- e discursou agradecendo a oportunidade.
"Tenho feito essas reuniões femininas na zona sul. Isso ajuda a vencer a rejeição, que só existe porque as pessoas não nos conhecem", disse Sylvia. Dois dos três filhos de Crivella -Marcelo, 23, e Rachel, 20, - estavam no jantar. Nenhum dos três votará no pai, pois não estarão no Rio à época das eleições.
Crivella já chegou a dizer que "não adianta pedir votos na zona sul". Segundo pesquisa Datafolha de 23 e 24 de julho, ele lidera a disputa com 24% das intenções de voto, mas é rejeitado por 29% dos eleitores -na zona sul, tem 18% dos votos.
Após o jantar, o senador recebeu um microfone para fazer um discurso. Reclamou do "vendaval de infâmia, calúnia e injúria" da mídia e alfinetou o prefeito Cesar Maia, a quem atribuiu, sem citar o nome, um "ego desvairado".
Sylvia ainda salvou o marido de uma gafe. Ao avistar a socialite Vera Loyola, Crivella saudou-a usando o nome Regina Loyola. Logo foi corrigido pela esposa. Vera parece não ter se incomodado -depois exortou os presentes a votarem em Crivella. Muitos admitiam não ter essa intenção.
"Só vim por causa da Regina. Ele tem muito a explicar sobre as companhias com que tem andado", disse uma senhora, referindo-se à associação de Crivella com candidatos supostamente ligados ao tráfico e a milícias.


Texto Anterior: Eleições 2008 / Rio de Janeiro: Procuradora defende candidatos de favela
Próximo Texto: Mídia: Justiça manda recolher edição de jornal em SC
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.