EM SÃO PAULO

A campanha de TV de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reativará o plano de ação que prevê José Serra (PSDB) no segundo turno, associando-o ainda na primeira fase a notícias econômicas negativas produzidas pelo governo FHC.
Também pretende poupar Ciro Gomes, na expectativa de obter o apoio do candidato do PPS no segundo turno. Para o PT, Serra deixará um rastro de ódio pela campanha, travando um duelo duro com Ciro e alimentando a chance de Lula na reta final.
O petista sonha ter o apoio dos contrariados pelo tucanato paulista nos oito anos de poder do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na TV, Lula manterá o figurino "paz e amor", mas a promessa de Serra de gerar 8 milhões de empregos será um alvo prioritário.
O PT argumentará que a política econômica do governo ao qual Serra pertenceu eliminou postos de trabalho.
Ao comentar o mote da propaganda tucana na TV que diz que "o nome da mudança é emprego", Duda Mendonça, marqueteiro petista, brinca: "E o nome do emprego é Lula".
Enquanto enche a TV de "diplomas" de membros da equipe do programa de governo do PT, jogando vacinas contra a falta de experiência administrativa de Lula, Duda morde Serra.
Exemplo: programa de TV exibido no primeiro dia de propaganda e reprisado na última quinta-feira sobre a plataforma da Petrobras encomendada em Cingapura. É uma forma de cobrar do governo medidas que poderiam gerar mais empregos no Brasil.
Além de disputar a bandeira do emprego, o PT dirá que mudança, um desejo de dois terços do eleitorado, segundo pesquisas, é uma marca do partido. E insistirá na palavra "oportunidade".
Leia-se: uma política social, especialmente nas áreas da saúde e da educação, para dar perspectivas de uma "vida digna" aos filhos dos eleitores.
Essas três palavras -emprego, mudança e oportunidade- serão vendidas na tradicional embalagem emocional que sempre marcou as campanhas de TV e rádio feitas por Duda.

Amigos competitivos
Recente telefonema descontraído mostrou que pode estar mesmo para acabar o clima de lua-de-mel vivido por Duda e Nizan Guanaes, marqueteiro de Serra.
Amigos e rivais competitivos, os dois publicitários trocaram faz poucos dias impressões sobre seus respectivos programas de TV terem sido os mais bem avaliados nas pesquisas internas das campanhas petista e tucana.
No final da conversa, Nizan brincou: "É, pode ser este o nosso último telefonema amigável". E Duda respondeu, rindo: "Então, boa campanha, feliz Natal, bom Ano Novo, aproveite bem o Carnaval". (KENNEDY ALENCAR)


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