São Paulo, quarta-feira, 01 de setembro de 2004

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Erundina afirma que extinguirá metade das subprefeituras em SP

RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Luiza Erundina, candidata do PSB à Prefeitura de São Paulo, disse ontem que, se eleita, pretende redesenhar o mapa das 31 subprefeituras. Esse número, segundo ela, deve ser reduzido à metade.
"Os técnicos da nossa equipe indicam que 16 é o número ideal de subprefeituras", disse Erundina.
As subprefeituras foram implantadas em 2002, no governo Marta Suplicy (PT), em substituição às administrações regionais, tidas como focos de corrupção. As 28 regionais de então viraram as atuais 31 subprefeituras, e criaram-se 437 cargos de confiança.
Numa crítica a Marta, Erundina diz que o número de subprefeituras é elevado para que a prefeitura as distribua entre seus aliados. Para acabar com o que chama de "fisiologismo e clientelismo", ela diz que o cenário ideal é aquele em que os subprefeitos sejam eleitos pelo voto direito. "Corre-se o risco de ter subprefeito de oposição. Mas esse é o jogo democrático."
A candidata do PSB foi argüida ontem numa sabatina realizada pelo jornal "Diário de S.Paulo" num dos salões da Câmara Municipal de São Paulo. O jornal também ouvirá Paulo Maluf (PP), José Serra (PSDB) e Marta.
Erundina fez coro aos candidatos que dizem que extinguirão as taxas do lixo e da luz, criadas por Marta. E afirmou que reduzirá o ISS (Imposto sobre Serviços) da cidade de 5% para 2%.
Questionada sobre o impacto nos cofres municipais, respondeu: "Luz e lixo não são receitas fortes. Quanto ao ISS, sua diminuição vai trazer empresas e estimular a economia da cidade. Mais impostos serão pagos".
A candidata classificou de "caso de corrupção" o fato de empreiteiras que prestam serviços à Prefeitura de São Paulo terem feito doações ao PT, partido de Marta. "Por muito menos, pela acusação de ter comprado voto por R$ 26, a Justiça Eleitoral cassou o mandato do senador [do PSB João] Capiberibe [que está recorrendo da decisão]", afirmou. O PT diz que os doações seguem a lei.
Erundina precisou sair em defesa de Orestes Quércia, presidente estadual do PMDB, com o qual o PSB se coligou para concorrer à Prefeitura de São Paulo: "Todo homem público está sujeito a denúncias". Disse também que, "claro", aceitaria o apoio de Maluf no segundo turno. Logo em seguida se corrigiu: "Eu quero o voto dos eleitores do Maluf. O apoio dele próprio me atrapalharia".
No início da sabatina, um homem que se dizia analfabeto gritou protestando ao saber que as perguntas a Erundina teriam que ser escritas. Anunciou que não ficaria. Exaltado, agrediu o PM que o acompanhava à porta e acabou sendo levado para uma delegacia.


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