São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2006

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Procuradoria denuncia mais nove ex-deputados por máfia

Ex-presidente do Etco, Emerson Kapaz é um dos novos alvos de acusação

Além de congressistas, foram denunciados 49 assessores e ex-assessores de parlamentares e um servidor público da Saúde


FRANCISCO FIGUEIREDO
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

O Ministério Público Federal de Mato Grosso ofereceu ontem denúncia contra mais nove ex-deputados federais, 49 assessores e ex-assessores parlamentares e um servidor público do Ministério da Saúde por suposto envolvimento na máfia das sanguessugas. Entre os novos denunciados está o ex-deputado Emerson Kapaz (SP), que comunicou nesta semana seu desligamento da presidência do Etco (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial).
Segundo um dos responsáveis pela denúncia, o procurador da República Paulo Gomes Ferreira Filho, a nova lista é fruto da continuação das investigações da Operação Sanguessuga. Em junho, o Ministério Público Federal de Mato Grosso denunciou 81 nomes. Iniciada no Estado, a investigação ganhou projeção nacional com a instalação da CPI dos Sanguessugas no Congresso, que indicou o envolvimento de 69 deputados e três senadores que ainda exercem mandato.
O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, já pediu a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal contra 84 atuais congressistas.
Dos 9 ex-deputados denunciados ontem, ao menos 4 já apareciam em pedidos anteriores de investigação, divulgados pela própria CPI: Emerson Kapaz, Gessivaldo Isaías (PTB-PI), Matusael do Nascimento (PSB-RJ) e Nair Xavier Lobo (PMDB-GO).
José Aleksandro, candidato ao governo do Acre pelo Prona, foi citado em lista da Controladoria Geral da União como um dos deputados cujas emendas beneficiaram a máfia das ambulâncias. Ainda fazem parte da lista divulgada ontem Cleuber Carneiro (PTB-MG), Eber Silva (PST-RJ), Luís Eduardo de Oliveira (PP-RJ) e Paulo de Velasco (PSL-SP).
De acordo com o procurador, a denúncia se baseia em informações do processo já em andamento na Justiça Federal e inclui dados bancários, fiscais e telefônicos obtidos sob sigilo. Formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva são os crimes pelos quais os 59 nomes estão sendo acusados. O procurador não descartou o oferecimento de novas denúncias.


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