São Paulo, segunda-feira, 01 de setembro de 2008

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ELEIÇÕES 2008/ CURITIBA

Audiências públicas geram aprovação alta, diz prefeito

Beto Richa fez mais de 230 reuniões com moradores e criou central de reclamações

81% dos entrevistados pelo Datafolha aprovam gestão de candidato à reeleição; para adversários, banco de queixas tem fins eleitorais


DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Aliado a um pacote de obras de impacto visual cujos investimentos ultrapassam R$ 220 milhões, com prioridade na área viária, o prefeito de Curitiba e candidato à reeleição, Beto Richa (PSDB), usa outro meio de se aproximar dos eleitores: audiências públicas periódicas em salões paroquiais e associações de bairros para ouvir as reivindicações dos moradores.
Em três anos e oito meses de governo, o tucano participou de 230 audiências. Segundo ele, essa é a origem da aprovação apontada na última pesquisa Datafolha -81% dos entrevistados consideraram sua administração ótima ou boa.
O Datafolha também o aponta na liderança pela disputa da prefeitura, com 71% das intenções de voto, 56 pontos percentuais a mais que a segunda colocada, Gleisi Hoffmann (PT).
As audiências públicas inspiraram a formatação de um banco de dados para reunir todas as principais reclamações das regiões de Curitiba. A população pode comunicá-las por meio do telefone 156. Uma central de tele-atendimento repassa, então, a mensagem para a secretaria responsável pela resolução do problema.
Assim, segundo o projeto elaborado pela ONG ICI (Instituto Curitiba de Informática), o administrador tem condições de saber de imediato onde estão e quais são os principais problemas da comunidade.
Adversários na campanha, como o candidato Carlos Moreira (PMDB), já interpelaram judicialmente o prefeito sobre o possível uso da ferramenta com propósitos eleitorais, ao gerar uma espécie de cadastro dos moradores de Curitiba.
Richa nega. "É desespero de meus adversários. O projeto é bom para a cidade", afirma.
Engenheiro civil, Beto Richa asfaltou 1.500 ruas e tem priorizado grandes obras viárias em sua gestão. A principal delas é uma complexa alteração de tráfego na região sul da cidade, a mais populosa de Curitiba.
Chamada de Linha Verde, é um antigo corredor rodoviário da BR-476 que ajuda na ligação entre São Paulo e os Estados do Sul. O trecho, de 9,4 km, está sendo reurbanizado ao custo de R$ 121 milhões.
Por problemas relacionados à cotação do iene (a moeda japonesa), com o qual foi feito o financiamento da obra no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o projeto -de acordo com a prefeitura- teve de ser refeito e não terá a extensão inicial prevista, o que atrasou a entrega da primeira etapa de junho para dezembro. O prefeito afirma que as principais diretrizes da Linha Verde foram mantidas.
A Linha Verde terá vias exclusivas para ônibus, o que diminuirá em até dez minutos o tempo de deslocamento até o centro, e pistas únicas para o escoamento do trânsito ao longo de dez bairros.
Beto Richa é herdeiro político de seu pai, José Richa (morto em 2003), ex-governador do Paraná e um dos fundadores nacionais do PSDB. "Não tem como não falar dele, ainda mais numa época em que a classe política está muito desacreditada. Sempre será um exemplo pra mim", afirma o prefeito.


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