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Relatórios não apoiam versão do infiltrado
DA SUCURSAL DO RIO
Relatório e depoimentos
de José Anselmo dos Santos
ao Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e
Social) de São Paulo, produzidos na década de 1970, contradizem declarações do ex-marinheiro no programa Canal Livre, da Band, encerrado ontem de madrugada.
O ex-marujo vive escondido, temeroso de vingança da
esquerda. Em rara aparição
na TV, ele disse que, após
uma viagem ao Chile, não
deu "informação de que havia muito mais gente se preparando para voltar" ao Brasil com Onofre Pinto, dirigente da VPR (Vanguarda
Popular Revolucionária).
No seu relato ao Deops,
contudo, ele cita outros guerrilheiros que planejavam o
retorno, como Evaldo Luiz
Ferreira de Souza, "Lia"
(Maria do Carmo Brito) e um
militante conhecido como
"Baião". O documento se intitula "Relatório de Paquera"
e foi escrito em 1971 ou 1972.
Anselmo falou em acertos
para "a vinda e recebimento
dos entrantes". Denunciou a
presença em São Paulo de
Soledad Viedma, sua companheira. Em 1973, ela e Evaldo
de Souza foram mortos com
outras quatro pessoas após
delação do infiltrado.
Em outra passagem do Canal Livre, o ex-agente afirmou que a professora de teatro Heleny Telles Guariba
"está viva por aí". Mas em
1995 a União reconheceu como morta a militante desaparecida até hoje.
Além do "Relatório de Paquera", dois depoimentos de
Anselmo em 1971 sobreviveram no acervo do Deops.
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