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CONTABILIDADE PARTIDÁRIA
TSE solicita novos documentos a grandes partidos e vê alguns pedirem prorrogação de prazo
Contas de siglas em 2003 ainda são analisadas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os grandes partidos políticos
do país estão com dificuldade para ver suas contas do ano passado
aprovadas pela Justiça Eleitoral.
O Tribunal Superior Eleitoral
pediu uma série de documentos
adicionais aos grandes partidos,
que continuam com suas prestações de conta sob análise. Alguns
pediram prorrogação do prazo
dado para enviar a resposta.
O PT foi um deles. A legenda entregou sua prestação de contas ao
TSE no último mês de abril, mas o
órgão técnico do tribunal encontrou problemas e pediu uma série
de documentos suplementares.
Exigências ao PT
Entre as exigências feitas pelo
TSE ao partido, está a de envio de
comprovantes de gastos com
"lanches e refeições", com "encontros, convenções e eventos",
com "pagamento de pessoal",
com "serviços técnicos profissionais", com "rádio e televisão" e
com "transportes e viagens".
O PT não conseguiu reunir a
documentação no prazo de 30
dias, que venceu no início deste
mês, e pediu prorrogação ao tribunal, que acabou concedendo.
O partido afirmou que se reúne
hoje com os técnicos da Justiça
Eleitoral para apresentar a documentação solicitada. Segundo o
TSE, todos os grandes partidos se
encontram na mesma situação,
como PSDB, PMDB e PFL.
Pela lei, os partidos políticos
têm que apresentar até o dia 30 de
abril de cada ano a prestação de
contas do exercício anterior.
Neste ano, entrou em vigor uma
resolução que torna mais rígida as
exigências para a aprovação da
prestação.
Caso as contas sejam rejeitadas
pelo TSE, a legenda tem suspenso
por um ano o repasse do Fundo
Partidário, que, no caso do PT, somou R$ 24 milhões no ano passado. O valor do repasse é definido
de acordo com as bancadas na
Câmara dos Deputados.
A Comissão de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias do TSE
encontrou ainda uma "possível
infração" nas contas do PT relativa ao Fundo Partidário.
O tribunal argumenta que a
Executiva Nacional petista descumpriu seu próprio regimento e
ficou com uma fatia maior do
fundo, em detrimento dos diretórios regionais.
Devido a isso, a Justiça Eleitoral
pediu ao PT comprovante autenticado de renúncia, por parte dos
diretórios regionais da legenda,
do recebimento de sua parte no
fundo.
O TSE exige também do partido
o comprovante de que destinou
R$ 4,8 milhões à Fundação Perseu
Abramo. Pela lei, os partidos devem aplicar em suas fundações
pelo menos 20% do que recebem
a título de Fundo Partidário.
O tesoureiro do PT, Delúbio
Soares, afirmou por meio da assessoria de imprensa do partido,
que entregará hoje toda a documentação exigida e que considera
a situação "normal", já que seria
um "procedimento habitual" o
pedido de informações complementares por parte do TSE.
De acordo com os números
apresentados ao tribunal, o PT fechou 2003 com um déficit de R$
1,7 milhão. Foram R$ 32,7 milhões de receita e R$ 34,5 milhões
de despesas no ano passado.
A contribuição à legenda de
parlamentares e filiados que ocupam cargos executivos somou
R$ 2,4 milhões, o que representou
7,3% da receita total do partido
naquele ano.
PSDB
A Folha entrou em contato com
a assessoria de imprensa da Executiva Nacional do PSDB, que enfrenta problema semelhante ao
do PT com a Justiça Eleitoral, mas
não obteve uma resposta sobre os
questionamentos até o fechamento desta edição.
(RANIER BRAGON)
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