|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prefeito citado por Vedoin diz que é bom dar explicação à CPI
Barjas Negri, ex-ministro da Saúde, nega conhecer Vedoin, mas admite que empresário acusado esteve em seu gabinete, em 2002
Em entrevista dos Vedoin à "IstoÉ", tucano é acusado, ao lado de Abel Pereira, de ter mantido máfia na Saúde, ao substituir Serra, em 2002
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
O prefeito de Piracicaba (SP)
e ex-ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso, Barjas Negri (PSDB), negou ontem envolvimento com a
máfia dos sanguessugas, disse
que acha "bom" ir depor na CPI
do caso e chamou de "novela"
as apurações do caso da compra
do dossiê contra os tucanos.
Darci e Luiz Vedoin, apontados como chefes da máfia dos
sanguessugas, disseram à Polícia Federal que o empresário
de Piracicaba Abel Pereira cobrava propina para agir na liberação de verbas no ministério
durante a gestão Barjas.
Em entrevista à Folha, Barjas disse que não conhece e
nunca teve contato com os Vedoin. Admitiu, no entanto, que
Abel esteve ao menos uma vez
em seu gabinete na Saúde, em
2002, para tratar de um assunto referente à liberação de um
convênio para Jaciara (MT).
Barjas criticou as investigações do caso sanguessuga por
ainda não ter tido acesso aos
documentos e disse que seu
possível depoimento à CPI "já
estava acertado lá atrás". "É
surpreendente isso. Eu, que
sou a pessoa citada, não tenho
acesso ao inquérito."
Sobre sua possível convocação, Barjas disse achar normal.
"Como você tem convênios
com o Ministério da Saúde, é
normal quem esteja à frente do
ministério seja chamado para
dar colaboração", disse. "Acho
até bom que eu vá."
Sobre a compra do dossiê, ele
disse que o caso "está parecendo uma novela". "É surpreendente todo esse mistério. A cada dia entra um componente
novo. É para deixar qualquer
um espantado." Barjas disse
que espera que seus advogados
tenham acesso na semana que
vem ao inquérito da PF, para
fazer defesa "contundente".
Barjas disse que não conversou com Abel nos últimos dias
e que o conhece porque "Piracicaba é uma cidade pequena".
"Não tenho conversado com
ele. Não é questão de sermos
amigos há tempos. Ele é conhecido na cidade, como eu."
Barjas também negou que
uma das empresas de Abel, a
Cicat, tenha executado uma
obra na cidade. No entanto, a
informação foi publicada no
próprio site da prefeitura, em
abril. Ele disse, no entanto, que
empresas do irmão e do filho
de Abel venceram licitações.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Frase Índice
|