São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2006

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Prefeito citado por Vedoin diz que é bom dar explicação à CPI

Barjas Negri, ex-ministro da Saúde, nega conhecer Vedoin, mas admite que empresário acusado esteve em seu gabinete, em 2002

Em entrevista dos Vedoin à "IstoÉ", tucano é acusado, ao lado de Abel Pereira, de ter mantido máfia na Saúde, ao substituir Serra, em 2002


MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

O prefeito de Piracicaba (SP) e ex-ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso, Barjas Negri (PSDB), negou ontem envolvimento com a máfia dos sanguessugas, disse que acha "bom" ir depor na CPI do caso e chamou de "novela" as apurações do caso da compra do dossiê contra os tucanos.
Darci e Luiz Vedoin, apontados como chefes da máfia dos sanguessugas, disseram à Polícia Federal que o empresário de Piracicaba Abel Pereira cobrava propina para agir na liberação de verbas no ministério durante a gestão Barjas.
Em entrevista à Folha, Barjas disse que não conhece e nunca teve contato com os Vedoin. Admitiu, no entanto, que Abel esteve ao menos uma vez em seu gabinete na Saúde, em 2002, para tratar de um assunto referente à liberação de um convênio para Jaciara (MT).
Barjas criticou as investigações do caso sanguessuga por ainda não ter tido acesso aos documentos e disse que seu possível depoimento à CPI "já estava acertado lá atrás". "É surpreendente isso. Eu, que sou a pessoa citada, não tenho acesso ao inquérito."
Sobre sua possível convocação, Barjas disse achar normal. "Como você tem convênios com o Ministério da Saúde, é normal quem esteja à frente do ministério seja chamado para dar colaboração", disse. "Acho até bom que eu vá."
Sobre a compra do dossiê, ele disse que o caso "está parecendo uma novela". "É surpreendente todo esse mistério. A cada dia entra um componente novo. É para deixar qualquer um espantado." Barjas disse que espera que seus advogados tenham acesso na semana que vem ao inquérito da PF, para fazer defesa "contundente".
Barjas disse que não conversou com Abel nos últimos dias e que o conhece porque "Piracicaba é uma cidade pequena". "Não tenho conversado com ele. Não é questão de sermos amigos há tempos. Ele é conhecido na cidade, como eu."
Barjas também negou que uma das empresas de Abel, a Cicat, tenha executado uma obra na cidade. No entanto, a informação foi publicada no próprio site da prefeitura, em abril. Ele disse, no entanto, que empresas do irmão e do filho de Abel venceram licitações.


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