São Paulo, segunda-feira, 01 de outubro de 2007

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MERCOSUL

Mesmo sem "bola de cristal", Amorim vê Venezuela no bloco

Marcello Casal - 29.set.2007/ABr
O ministro Celso Amorim é recebido por Hugo Chávez, anteontem


FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

Após reunião de duas horas com o presidente Hugo Chávez, o chanceler Celso Amorim voltou a prever que o Congresso brasileiro aprovará a entrada da Venezuela no Mercosul até o fim do ano.
"Eu não tenho bola de cristal, sobretudo quando se trata de algo no Congresso brasileiro, que é soberano e delibera de maneira livre. Mas tenho a expectativa de que, sim, é possível [aprovar até dezembro]", disse Amorim, na saída do encontro, anteontem à noite, no Palácio Miraflores, em Caracas.
Na último dia 20, durante encontro entre Chávez e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Manaus, Amorim disse ao venezuelano que havia uma "expectativa" de aprovação até o final do ano. Na última quarta-feira, porém, o PT e o PSDB fizeram um acordo para adiar até o final de outubro a votação do protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul. Com isso, o texto foi retirado da pauta da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, dificultando sua aprovação.
Questionado sobre o adiamento, Amorim disse que o assunto "preocupa", mas se recusou a comentar: "Eu não quero ficar aqui, fora do Brasil, discutindo um assunto que é estritamente ligado ao procedimento do Congresso brasileiro. Quando eu tiver de discutir, discutirei com os congressistas brasileiros".
Chávez tem reclamado do atraso na aprovação da entrada da Venezuela no Mercosul pelos Congressos brasileiro e paraguaio. O presidente venezuelano chegou a dizer que esperaria até setembro, mas depois recuou.
A aprovação do ingresso da Venezuela tem sofrido oposição do PSDB e do DEM, sobretudo depois que Chávez chamou o Congresso de "papagaio do império", em maio. Foi a sua resposta ao Senado, que exortou o governo venezuelano a rever decisão de não renovar a concessão da emissora RCTV.


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