|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Minc admite erro na divulgação de lista
Ministro diz que não checou os dados sobre desmatadores; ministro Guilherme Cassel ficou contrariado
Ueslei Marcelino/Folha Imagem
|
|
Carlos Minc (Meio Ambiente) e Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário), durante evento sobre manejo florestal no Ibama
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia após ter divulgado
uma lista que incluía assentamentos da reforma agrária no
topo dos cem maiores desmatadores da Amazônia Legal, o
que provocou uma reação da
área agrária do governo, o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) admitiu que não produziu os dados nem os checou.
Minc atribuiu ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) a responsabilidade pela lista e deu ao órgão um
prazo de 20 dias, "improrrogáveis" e "impreteríveis", para verificar uma a uma as contestações, o que, na prática, pode esvaziar o material divulgado.
O ministro Guilherme Cassel
(Desenvolvimento Agrário) e o
presidente do Incra, Rolf Hackbart, ficaram contrariados com
a lista, que apontou seis projetos de assentamentos como os
líderes no ranking do desmatamento. Minc culpou o Ibama:
"Determinei que fosse divulgada a lista, mas eu não produzi a
lista, eu não a chequei".
Cassel e Hackbart atacaram
dois pontos do documento: o
período exato do desmatamento não é identificado na lista, e o
Incra é tratado como proprietário de áreas nas quais, há
anos, estão assentadas centenas de famílias de trabalhadores. Minc admitiu ontem concordar com a crítica: "Para fazer uma comparação mais correta, não deveria ser feita com
esse pé de igualdade. Acabou
sendo uma leitura mais burocrática. Faltou um pente-fino".
Minc, Cassel e Hackbart se
encontraram ontem no Ibama
num evento sobre manejo florestal. Por conta do mal-estar,
Cassel e Hackbart chegaram a
cancelar suas presenças, mas
mudaram de idéia. Ao lado de
Minc, Cassel disse discordar
"frontalmente" da lista. "Acho
que tem um equívoco metodológico muito sério na divulgação. Os assentados não são os
principais responsáveis pelo
desmatamento na Amazônia".
Minc admitiu falhas e reconheceu o mal-estar no governo.
"Espero que, em 20 dias, o Ibama corrija os dados e informe
quem mais destrói o meio ambiente no país", disse Hackbart.
Texto Anterior: Empresas dão "brindes" para servidoras da União Próximo Texto: Frase Índice
|