São Paulo, quarta-feira, 01 de outubro de 2008

Texto Anterior | Índice

Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

O contágio

BBC, "Washington Post" e "Los Angeles Times" eram alguns dos que apontavam o "contágio mundial" da crise americana, ontem, e se perguntavam se a América Latina caminha para "esfriamento". A região está mais preparada para "absorver efeitos da crise", dizia a BBC, sublinhando porém o temor diante da "redução do crédito" e da agora provável "queda de demanda". O "WP", destacando que a Bovespa segue horário semelhante a Wall Street, tomou a queda de segunda como exemplar do "contágio" e também apontou o temor sobre crédito e demanda. O "LAT" falou da preocupação por "remessas" e pela demanda, mas ressaltou a ironia latino-americana contra a "evangelização" do liberalismo americano.
Já o "Daily Telegraph" deu análise sugerindo que Brasil e outros podem não ser "imunes aos problemas nos desenvolvidos", mas "continuam investimentos atrativos" por sua "afluente classe média".

AS APOSTAS
A Bovespa "disparou", na manchete do Valor Online, mas o "Financial Times" deu em destaque que "mercados brasileiros foram atingidos por temores" de "mais perdas corporativas por apostas no câmbio", detalhando os casos de Sadia e Aracruz.

VALE VS. CHINA
O "Diário do Povo", do PC chinês, postou a reportagem "Vale se arrisca a perder o mercado da China por alta inesperada de preços". Com ameaças sobre a substituição do ferro brasileiro pelo "made in China" e a "determinação" chinesa de não ceder.

"SOCIALISTA"
Micah Walter/Reuters
O radialista conservador Rush Limbaugh, que fez campanha contra o pacote "socialista", festejou com frases como "dane-se o mercado!". E orientou os republicanos a parar de culpar a democrata Nancy Pelosi, "Vamos lá, caras, cresçam!"

EQUILÍBRIO
Lula e Hugo Chávez voltaram a se reunir em Manaus, com ampla cobertura só na Reuters, para reações à crise como "Brasil e Venezuela estão mais resistentes, dizem presidentes". Em análise, a agência ironizou que "nunca na história da América do Sul dois presidentes devem ter se reunido com tanta freqüência", destacando porém que "Encontros mantêm o equilíbrio regional".

"É O GOVERNO..."
Silvester Hans/lemonde.fr
Queimada no "Le Monde"

Duas alas do governo Lula ainda debatiam o relatório que culpou os sem-terra pelo maior desmatamento. Mas no exterior, de "Guardian" e "El País" à "Nature", os títulos diziam que o "Brasil achou o inimigo da Amazônia... E é o governo do Brasil".
Por outro lado, o francês "Le Monde" destacava ontem em longa reportagem o "plano nacional para as mudanças climáticas" anunciado pelo ministro Carlos Minc, mais um "plano de combate ao desmatamento".

ALTOS E BAIXOS
amazon.co.uk
Richard Bourne, lançando "Lula of Brazil" ontem em Londres, deu entrevista à BBC Brasil e apontou como pontos positivos de "um dos presidentes mais significativos" da história do país a política externa e o combate à pobreza. Como negativos, a educação e também "um tipo mais ético de política"

AINDA BOOM
bbc.co.uk
O programa "Digital Planet", da BBC, se dedica nesta semana ao Brasil. Veio "descobrir o que está por trás do boom da web" por aqui, destacando até as "lan houses, como eles chamam no Brasil"

FICA PARA DEPOIS
O blog Campanha no Ar noticiou e depois o "SPTV" leu até editorial para justificar o fim do debate da Globo, argumentando desrespeito aos "critérios jornalísticos" de cobertura. É a primeira vez, mas pouco influencia, pelos números do Datafolha que já projetam Gilberto Kassab no segundo turno.

TOQUE DE LULA
Em turnê de Pernambuco ao museu do futebol, no "JN", José Serra vê não só Kassab, mas até Fernando Gabeira avançar, no Rio.
No exterior, porém, seguem os relatos sobre o "toque de ouro" do petista, que levou até tucanos como João Castelo, de São Luís, a dizer que "Lula não tem dono".


Leia as colunas anteriores
@ - Nelson de Sá



Texto Anterior: Índios: Isolados fogem do Peru para o Brasil, diz ONG
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.