São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gestão deve ter nomes de outros Estados

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito eleito José Serra deverá extrapolar as fronteiras de São Paulo para a composição do seu governo. A partir de hoje, Serra deverá descansar por pelo menos dois dias antes de começar a montagem da equipe. Mas já manifestou a disposição de buscar quadros em outras cidades.
Serra pretende contar com a experiência administrativa de dois prefeitos tucanos em fim de mandato: o de São José dos Campos, Emanuel Fernandes, e o de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas. Após oito anos de mandato, os dois deverão ser recrutados.
Sob holofotes, Serra deve, segundo aliados, dar dimensão nacional a sua equipe. "Ele deve montar um secretariado com cara de ministério", disse o deputado Alberto Goldman. Um dos amigos de Serra com alta cotação para o secretariado diz que estão iludidos os que apostam numa equipe inspirada em laços de amizade.
A busca será por nomes que conciliem as exigências políticas à qualidade técnica. Em negociações com o PV, o comando da campanha do PSDB já defendeu a indicação do ex-deputado Eduardo Jorge. Secretário de Saúde de Marta Suplicy, poderia ocupar a pasta de Meio Ambiente.
Além do PV, o PPS e o PDT participarão do governo. No PPS, um nome lembrado por tucanos é o do engenheiro Marcos Gadelho. Ele foi presidente do Cepam no governo Montoro, quando Serra era secretário de Planejamento. O PDT deverá indicar o titular da Secretaria de Trabalho. Candidato derrotado pelo PDT, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, estuda indicar um assessor para o cargo.
Antes da composição política, Serra deverá mudar a estrutura do governo. Segundo o vereador Ricardo Montoro, Serra pretende enxugar o secretariado, reduzindo até o número de subsecretarias para que concentrem maior poder. "Algumas estruturas também serão criadas. Ele já falou que criará uma secretaria ou um departamento para cuidar exclusivamente do deficiente", diz.
Ao longo da campanha, alguns políticos ganharam força no tucanato. Coordenador político, o ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira é citado para a Secretaria de Governo. Walter Feldman também seria uma alternativa para o cargo. Responsável pelo programa de governo, Clóvis Carvalho é, freqüentemente, lembrado para atuar como um gerente na prefeitura. O de Andrea Matarazzo, para a área de desenvolvimento.
Apontado com o pai da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o economista José Roberto Afonso, um dos melhores amigos do prefeito eleito, poderia ser recrutado para o Planejamento. Além da decisão de Serra, sua escolha dependeria da autorização do BNDES.
Questionado por interlocutores, Serra não disse ainda se buscará colaboradores no secretariado de Geraldo Alckmin. Serra chegou a indicar o nome de Andrea Calabi, hoje secretário estadual, para seu lugar no Ministério do Planejamento. O atual secretário de Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, também trabalhou com o prefeito eleito na Saúde.
O titular da Secretaria de Saúde é o maior foco de atenção dos tucanos. Alguns duvidam que Serra escolha um político, como o deputado José Pinotti (PFL), para evitar conflito na área que deverá ser vedete de seu governo. Por isso, apostam num técnico, como Barradas ou o diretor do Incor, José Antonio Ramires.
(CATIA SEABRA)


Texto Anterior: Tucanos repetem ritual e roteiro da votação em 1º turno
Próximo Texto: Orçamento e eleição na Câmara são as primeiras batalhas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.