São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2004

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RIO DE JANEIRO

Garotinho e Rosinha saem derrotados do 2º turno


Ex-governador perde eleição em Campos, Niterói e Nova Iguaçu

Pemedebistas saem vitoriosos em São João do Meriti e Duque de Caxias



SERGIO TORRES
ENVIADO ESPECIAL A CAMPOS (RJ)

LUIZ FERNANDO VIANA
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PMDB) e sua mulher, a governadora Rosinha Matheus, saíram derrotados do segundo turno das eleições municipais no Estado. Os candidatos apoiados por eles perderam em três das cinco cidades onde houve votação.
Em Campos, Carlos Alberto Campista (PDT) venceu com 54,58% dos votos válidos, contra 45,42% de Geraldo Pudim (PMDB), apoiado pelos Garotinho. Campos é a cidade natal da governadora e do marido, que apostaram todas as suas fichas na eleição de Pudim. Garotinho licenciou-se da Secretaria de Segurança para fazer campanha e passou os últimos dez dias no município, onde Rosinha inaugurou obras na semana passada.
Campista, apoiado pelo prefeito Arnaldo Vianna (PDT), não esperou o fim da apuração: às 20h30, saiu em carreta para comemorar sua vitória. Por volta das 22h, a PM usou gás pimenta para reprimir um grupo de 30 partidários de Campista que se reuniram em frente à casa dos Garotinho em Campos, aos gritos de "Pudim a R$ 1", referência à sobremesa servida na última quinta-feira no restaurante popular mantido na cidade pelo governo do Estado.
A confusão impediu que Garotinho e a governadora Rosinha saíssem para o aeroporto, onde um avião os esperava para levá-los de volta ao Rio.
A campanha em Campos foi marcada por denúncias de uso da máquina administrativa pelo governo do Estado e pela prefeitura. Há uma semana, a Justiça Eleitoral proibiu o cadastramento e a entrega de benefícios dos programas sociais estaduais e municipais até a votação. Na madrugada de sábado, R$ 318 mil em cédulas foram apreendidos na sede municipal do PMDB. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) autorizou a presença de 500 militares para patrulhar a cidade ontem.

PT e PFL unidos
O mau momento de Garotinho se confirmou em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense) e em Niterói (região metropolitana). Em Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT) venceu com 57,74%, contra 42,26% do prefeito Mário Marques (PMDB). Em Niterói, o prefeito Godofredo Pinto (PT) teve 65,09%, contra 34,91% de João Sampaio (PDT).
Garotinho passou a apoiar o ex-prefeito Sampaio depois que o candidato do PMDB, o deputado federal Moreira Franco, segundo lugar no primeiro turno, desistiu de concorrer. Sampaio, que ficara em terceiro, entrou na disputa.
Os resultados em Nova Iguaçu e em Niterói mostram que, ao menos eleitoralmente, funcionou a aliança entre o PT e o PFL do prefeito do Rio, Cesar Maia, reeleito no primeiro turno. Os partidos prometem continuar juntos na administração das duas cidades.
As derrotas de ontem, somadas às do primeiro turno na capital e em São Gonçalo (região metropolitana), deixaram Garotinho enfraquecido no Grande Rio. Das cidades maiores, ele ganhou em Belford Roxo no primeiro turno e ontem confirmou o favoritismo em São João de Meriti e em Duque de Caxias, todas na Baixada.
Em Meriti, Uzias Mocotó (PMDB) derrotou Sandro Matos (PTB) por 56,04% a 43,96%. Em Caxias, o candidato do PMDB, o deputado estadual Washington Reis, teve vitória apertada: 51,91%, contra 48,09% de Laury Villar (PDT). Villar era o candidato do prefeito José Camilo Zito, até então considerado imbatível na Baixada e que já havia perdido em outros municípios da região. Teve o apoio de PT, PFL e PSDB na disputa contra Reis.
A força de Garotinho está mantida em cidades menores. Seus aliados venceram em 56 dos 92 municípios fluminenses. O ex-governador, que cogita concorrer de novo à Presidência em 2006, pode vir a apoiar no Estado a candidatura do senador Sérgio Cabral Filho (PMDB), caso siga no partido.


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