São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2004

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TRE diz que cidade pode ter nova eleição

DO ENVIADO ESPECIAL A CAMPOS (RJ)
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio, desembargador Marcus Faver, disse ontem que há a possibilidade de ser realizada uma nova eleição em Campos, no norte fluminense, caso os dois candidatos que disputaram o segundo turno tenham seus registros impugnados.
Tanto Geraldo Pudim (PMDB), candidato do ex-governador Anthony Garotinho, como Carlos Alberto Campista (PDT), apoiado pelo prefeito Arnaldo Vianna (PDT), são alvos de ações movidas pelo Ministério Público Eleitoral por uso da máquina administrativa. Pudim teria sido beneficiado pelo governo estadual, e Campista, pela prefeitura.
"Se ficar provado que as acusações são procedentes, claro que pode [acontecer uma nova eleição]. Já temos três candidatos eleitos e impugnados [no Estado do Rio, em Seropédica, Casemiro de Abreu e Paracambi]. A Justiça Eleitoral vai trabalhar marcando em cima", disse Faver.
Ele informou que a juíza eleitoral de Campos Maria Tereza Gusmão dará seu parecer em 15 dias. Se a candidaturas forem impugnadas e os partidos recorrerem, o caso será analisado pelo TRE. Se apenas um dos registros for cassado, o outro candidato será declarado o vencedor, disse Faver.
Ontem, o coordenador de fiscalização de propaganda eleitoral do TRE do Rio, juiz Jaime Boente, determinou que os R$ 318 mil apreendidos na sexta e anteontem na sede do PMDB de Campos sejam devolvidos ao partido.
O juiz não julgou necessário que o dinheiro ficasse sob custódia da Justiça, embora ele não possa ser gasto até que se julgue a origem. Inquérito da Polícia Federal investiga se o dinheiro seria usado para a compra de votos e o pagamento de boca-de-urna, como suspeita o Ministério Público.
O PMDB havia pedido à Justiça a devolução do dinheiro, sob o argumento de que ele resultou de doações e seria usado para pagar militantes que, na campanha, trabalharam nas ruas.
Com base na petição do PMDB, o Ministério Público Eleitoral deverá pedir à Justiça a quebra do sigilo bancário do diretório municipal do partido e de seus dirigentes, entre eles Suledil Bernardino, presidente do PMDB municipal e principal auxiliar de Garotinho na cidade.
A decisão de pedir a quebra do sigilo foi tomada pelos promotores após receberem a lista dos supostos doadores do dinheiro, anexada à petição. Como os maços de notas de R$ 50 -cada um somava R$ 5.000- estavam envoltos em fitas do Banco Sudeste, os promotores suspeitam da veracidade da versão do partido. O Ministério Público pedirá ao banco informações sobre o dinheiro.


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