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TRE diz que cidade pode ter nova eleição
DO ENVIADO ESPECIAL A CAMPOS (RJ)
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do TRE (Tribunal
Regional Eleitoral) do Rio, desembargador Marcus Faver, disse
ontem que há a possibilidade de
ser realizada uma nova eleição em
Campos, no norte fluminense, caso os dois candidatos que disputaram o segundo turno tenham
seus registros impugnados.
Tanto Geraldo Pudim (PMDB),
candidato do ex-governador Anthony Garotinho, como Carlos
Alberto Campista (PDT), apoiado
pelo prefeito Arnaldo Vianna
(PDT), são alvos de ações movidas pelo Ministério Público Eleitoral por uso da máquina administrativa. Pudim teria sido beneficiado pelo governo estadual, e
Campista, pela prefeitura.
"Se ficar provado que as acusações são procedentes, claro que
pode [acontecer uma nova eleição]. Já temos três candidatos
eleitos e impugnados [no Estado
do Rio, em Seropédica, Casemiro
de Abreu e Paracambi]. A Justiça
Eleitoral vai trabalhar marcando
em cima", disse Faver.
Ele informou que a juíza eleitoral de Campos Maria Tereza Gusmão dará seu parecer em 15 dias.
Se a candidaturas forem impugnadas e os partidos recorrerem, o
caso será analisado pelo TRE. Se
apenas um dos registros for cassado, o outro candidato será declarado o vencedor, disse Faver.
Ontem, o coordenador de fiscalização de propaganda eleitoral
do TRE do Rio, juiz Jaime Boente,
determinou que os R$ 318 mil
apreendidos na sexta e anteontem
na sede do PMDB de Campos sejam devolvidos ao partido.
O juiz não julgou necessário que
o dinheiro ficasse sob custódia da
Justiça, embora ele não possa ser
gasto até que se julgue a origem.
Inquérito da Polícia Federal investiga se o dinheiro seria usado
para a compra de votos e o pagamento de boca-de-urna, como
suspeita o Ministério Público.
O PMDB havia pedido à Justiça
a devolução do dinheiro, sob o argumento de que ele resultou de
doações e seria usado para pagar
militantes que, na campanha, trabalharam nas ruas.
Com base na petição do PMDB,
o Ministério Público Eleitoral deverá pedir à Justiça a quebra do sigilo bancário do diretório municipal do partido e de seus dirigentes, entre eles Suledil Bernardino,
presidente do PMDB municipal e
principal auxiliar de Garotinho na
cidade.
A decisão de pedir a quebra do
sigilo foi tomada pelos promotores após receberem a lista dos supostos doadores do dinheiro,
anexada à petição. Como os maços de notas de R$ 50 -cada um
somava R$ 5.000- estavam envoltos em fitas do Banco Sudeste,
os promotores suspeitam da veracidade da versão do partido. O
Ministério Público pedirá ao banco informações sobre o dinheiro.
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