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CURITIBA
Governador se licenciou para
reforçar campanha de Vanhoni
Petista lamenta sua terceira
derrota para prefeito da capital
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Richa derrota PT de Lula e PMDB de Requião
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
A festa da eleição de Beto Richa
(PSDB), 39, à Prefeitura de Curitiba foi em frente ao Palácio Iguaçu,
sede do governo do Paraná, no
Centro Cívico. Foi uma provocação simbólica: a comemoração
ocorreu na praça onde se deram
os maiores comícios pró-candidato derrotado, Ângelo Vanhoni
(PT), 49, que tiveram a presença
do governador Roberto Requião.
A vitória de Richa em Curitiba
representa a derrota do PT do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva -que considerava estratégica
uma vitória na cidade- e a derrota do PMDB do governador Requião. O partido do governador
disputou junto com Vanhoni,
ocupando a vaga de vice na chapa.
Na semana de reta final, Requião
deixou o governo para tentar, no
corpo-a-corpo, uma virada em favor do petista. Não conseguiu.
Terminada a apuração na Justiça Eleitoral, Richa foi confirmado
prefeito eleito com 54,78% dos
votos, contra 45,22% de Vanhoni.
"Foi uma vitória trabalhada e suada", comemorou o prefeito eleito.
"Não fui o candidato do presidente, não fui o candidato do governador nem do prefeito e vamos
marcar um novo estilo de administrar a cidade", disse Richa, antes de subir ao caminhão para discursar aos eleitores.
No TRE (Tribunal Regional
Eleitoral) e depois na praça em
frente ao Palácio Iguaçu, grupos
de mulheres jovens o receberam
com gritos de "lindo, lindo", que
ele retribuía com acenos.
Richa disse esperar que, passada a eleição, "acabem as divergências político-partidárias" e ele
passe a trabalhar com a cooperação do governo do Estado, como
na integração das polícias Militar
e Civil com a Guarda Municipal,
para derrubar os índices de violência na cidade, uma das principais propostas do petista.
Vice-prefeito que trombou com
Cassio Taniguchi (PFL) no período de definição de candidaturas e
se aliou ao grupo do senador Alvaro Dias (PSDB), Richa vence
sua primeira eleição majoritária
importante. Deputado estadual
por dois mandatos e vice eleito
em 2000 na chapa de Taniguchi,
ele chegou em terceiro na disputa
ao governo do Estado, em que Requião derrotou Dias no segundo
turno, em 2002.
O senador tucano acalenta a intenção de voltar a concorrer ao
governo, em 2006, mas para isso
terá de vencer internamente o
próprio irmão, o também senador Osmar Dias (PDT).
"Requião, cadê você? Eu vim
aqui só pra te ver." O refrão foi
usado por militantes do PSDB nas
concentrações em frente ao telão
de resultados no TRE e na festa do
Centro Cívico. Ao votar pela manhã, Requião criticou a postura
de juízes eleitorais na liberação
das pesquisas da reta final.
Ele disse que houve tratamento
desigual beneficiando o tucano e
defendeu proibição das sondagens nas próximas eleições. "Elas
deveriam servir apenas para análise interna das campanhas", disse. Terminada a apuração, ele não
deu entrevistas.
Vanhoni disse lamentar a derrota - foi sua terceira tentativa
de governar Curitiba-, mas afirmou que deseja "um bom governo" ao adversário. "Espero que
ele entenda que a cidade precisa
de investimentos em saúde e educação", afirmou. Vanhoni também disse que não atribui a derrota apenas a erros de sua campanha. "[A derrota] em política não
se dá só naquilo que você deixou
de fazer, mas também nos acertos
do adversário", disse.
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