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Para ministro, caso é escárnio com a Justiça
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Relator da ação penal contra Ronaldo Cunha Lima, o
ministro do STF Joaquim
Barbosa considerou a renúncia "um escárnio com a Justiça e com o STF" e disse que
ela "mostra o quanto é perverso o foro privilegiado".
Segundo Barbosa, o deputado "usou de todas as chicanas processuais, se elegeu, se
beneficiou de tudo o que o foro poderia dar e, na hora de
julgar, renunciou". O ministro chamou os jornalistas no
intervalo da sessão para protestar. "É evidente a intenção [do deputado] de impedir que a Justiça funcione."
Disse que o processo criminal será remetido à Justiça da Paraíba e recomeçará
da estaca zero. "Espero que
haja juízes corajosos e independentes para julgá-lo."
Cunha Lima seria julgado
pelo STF na próxima segunda. A tendência dos ministros era condená-lo, já que o
deputado é réu confesso.
O ministro do STF Marco
Aurélio Mello criticou o foro
privilegiado, mas defendeu o
direito de Cunha Lima renunciar para escapar de punição. Tanto Marco Aurélio
quanto Barbosa lamentaram
o risco de prescrição do crime (fim da possibilidade de
punição). Ambos explicaram
que o prazo dependerá da pena a ser fixada, "caso ele venha a ser condenado".
(SILVANA DE FREITAS)
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