São Paulo, quinta-feira, 01 de novembro de 2007

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Não há corrida armamentista com Venezuela, afirma Jobim

Para ministro da Defesa, não cabe ao Brasil discutir o que país vizinho compra

Em audiência na Câmara, ele defendeu investimentos para reaparelhar as Forças Armadas e disse esperar orçamento de R$ 10 bilhões

JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Nelson Jobim (Defesa) disse ontem, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que o Brasil não está em uma corrida armamentista com a Venezuela.
"Evidentemente que não podemos pautar nossa conduta pela Venezuela. Não entramos em corrida armamentista. O que a Venezuela compra é um assunto a ser discutido internamente. Como não admitiríamos que qualquer estrangeiro dissesse o que temos que fazer", disse, ao ser questionado sobre os investimentos feitos pelo vizinho na área militar.
Com o objetivo de estabelecer uma diplomacia militar com a região, Jobim pretende visitar todos os países da América do Sul no primeiro semestre de 2008.
Durante a audiência, o ministro defendeu investimentos para o reaparelhamento das Forças Armadas. Disse que espera contar com um orçamento de R$ 10 bilhões para investimento e custeio na área militar no ano que vem.
Jobim também afirmou que a compra dos novos equipamentos deve ser baseada em um plano previamente estabelecido e voltada para as tarefas consideradas prioritárias.
"Os equipamentos passam a ser uma conseqüência de uma definição de tarefas a serem desenvolvidas. Não é mera recomposição do status de armamento das forças armadas."
Durante a audiência, Jobim disse que pretende começar a negociação pelo aumento da remuneração de militares já na semana que vem, quando deve se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro disse esperar o reajuste ainda para este ano. Se for aprovada a proposta que está sendo analisada, o aumento representaria um impacto de R$ 1,7 bilhão neste ano, R$ 5,9 bilhões em 2008 e outros R$ 8,3 bilhões em 2009.
Hoje a folha de pagamento com os militares é de R$ 28,5 bilhões -distribuídos entre ativos, inativos e pensionistas.
O reajuste variaria de 27,6% a 37%, incidindo sobre o adicional militar e seria dividido em duas etapas. Neste ano, o aumento seria parcial -de 14,2% a 20,3%- e, no ano que vem, integral.
Jobim não disse se concorda com a proposta analisada -que foi feita na gestão passada da pasta. Disse, no entanto, como exemplo, que existe uma defasagem entre os vencimentos dos militares e de magistrados, que, em início de carreira, ganham o mesmo que militares que já trabalharam até 40 anos.


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