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Cabral aumenta em 37% recursos para publicidade
Governo tira verba da pasta da Agricultura e não explica origem de R$ 16 milhões
Em nota, o Estado diz que
foi necessário o acréscimo porque o Orçamento "previa um valor menor que o valor
que se pretendia gastar"
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
O governador do Rio, Sérgio
Cabral Filho (PMDB), ampliou
em R$ 25 milhões a verba para
propaganda, aumentando em
37,3% o montante de recursos
autorizados para o setor.
A Secretaria de Agricultura
foi a que mais perdeu recursos
(R$ 6,8 milhões). A publicação
de decreto no "Diário Oficial",
no entanto, não explica a origem de R$ 16 milhões remanejados para a propaganda.
Segundo o texto publicado, o
limite para gastos em "serviço
de comunicação e divulgação"
da Subsecretaria de Comunicação Social foi ampliado de R$
66,9 milhões para R$ 91,7 milhões, o maior já registrado na
gestão Cabral. Até ontem, o governo havia gasto com publicidade R$ 61,9 milhões.
Caso mantenha essa tendência até o final do ano, desembolsará no setor mais de R$ 80 milhões, padrão que se mantém
desde o início do governo.
Ao assumir seu mandato, para se contrapor à ex-governadora Rosinha Matheus
(PMDB), Cabral havia dito que
só gastaria dinheiro com publicidade de prestação de serviço.
As campanhas divulgadas
atualmente focam na divulgação das UPP (Unidades de Polícia Pacificadoras) -postos policiais em favelas onde o tráfico
foi desarmado-, e na veiculação de melhorias supostamente obtidas pelo governo.
Há também anúncios que divulgam a matrícula escolar na
internet e as UPAs (Unidades
de Pronto-Atendimento), postos criados para desafogar as
emergências dos hospitais.
O governo do Rio usou, em
média em cada um dos seus
dois anos de governo, R$ 81,7
milhões, segundo levantamento do gabinete do deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da
Rocha (PSDB). Nos anos, o gasto foi mais do que quatro vezes
o aprovado na Alerj.
Para o deputado oposicionista, o governo amplia o orçamento em propaganda deste
ano para permitir gasto do
mesmo patamar ano que vem.
Em ano eleitoral, os governos
podem investir apenas a média
dos três anos anteriores.
"Ele vão remanejar de outras
áreas para gastar mais ano que
vem", disse o tucano.
O governo do Estado afirmou
que a licitação feita previa o
gasto de R$ 100 milhões. "O Orçamento é que previa valor menor que o valor que se pretendia gastar. Por isso se fez necessária a suplementação."
O governo disse que houve
erro na publicação do decreto e
que o remanejamento será explicado. A nota diz que a maior
prejudicada foi a Agricultura
porque "era a secretaria com
mais recursos disponíveis".
Nas eleições municipais, Cabral foi acusado de ampliar a
propaganda das UPAs para beneficiar o atual prefeito do Rio,
Eduardo Paes (PMDB). O então candidato usava as unidades como plataforma de campanha. O Tribunal Regional
Eleitoral vetou as peças.
Paes lançou licitação para
contratação de agência de propaganda com custo previsto de
R$ 120 milhões em dois anos.
Segundo a prefeitura, o gasto
foi ampliado para promoção da
cidade em razão da conquista
da sede da Olimpíada de 2016.
As campanhas serão também
de prestação de contas e divulgação de políticas públicas.
O deputado Corrêa da Rocha
criticou também a falta de explicação sobre a origem de R$
16 milhões. "Tudo que fica obscuro parece que a intenção é esconder a origem do reposicionamento orçamentário."
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