São Paulo, Quarta-feira, 01 de Dezembro de 1999


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"OPERAÇÃO MANDACARU"
Projeto de combate ao tráfico foi recusado
PF tinha plano 11 vezes mais barato

Juca Varella/Folha Imagem
Helicóptero da PF sobrevoa plantio em ilha do rio S.Francisco


LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Orocó (PE)

Um ano antes de o governo federal liberar R$ 7,5 milhões para a "Operação Mandacaru", o Ministério da Justiça rejeitou um projeto da Superintendência da Polícia Federal para combater o tráfico de drogas no sertão de Pernambuco. O plano estava orçado em R$ 695 mil -11 vezes mais barato.
"O nosso projeto previa a permanência de 60 agentes federais na região do dia 2 de janeiro até o dia 30 de dezembro deste ano", disse ontem o delegado Francisco Martins, um dos responsáveis pela execução da "Operação Mandacaru".
Pelo cronograma da operação, iniciada anteontem, os soldados do Exército e agentes da Polícia Federal deverão permanecer no máximo dois meses na região conhecida como "polígono da maconha", que é formada por 13 cidades.

O retorno
"Quem conhece a região sabe muito bem que, depois da saída dos agentes, os traficantes voltam a plantar", disse o assessor de comunicação social da Polícia Federal de Pernambuco, Jayme Lielson.
"O ideal é evitar que os traficantes voltem a plantar e colher a droga. Com a repressão e os sucessivos prejuízos, os traficantes acabam abandonando a região", acrescentou o delegado Martins.
Ele lembrou que há dois meses a Polícia Federal de Pernambuco gastou apenas R$ 87 mil para erradicar 692 mil pés de maconha na região.
"Em 12 dias de operações na região, nós conseguimos efetuar 16 prisões", ressaltou o delegado Martins.

Prisões
Ontem de manhã, a PF realizou as primeiras prisões de acusados de tráfico no "polígono da maconha".
Na ilha do Jequi, a oito quilômetros de Orocó (cidade a 615 km da capital pernambucana, Recife), foram detidos Antonio Viana de Brito, seu filho João Viana de Brito e outros três agricultores -Gildenor Rodrigues Santos, Valdenízio Pereira Lima e Romilton Alexandre Frazão.
No fim da tarde, a PF confirmou que apenas João Viana de Brito deveria continuar preso. Ele foi condenado pela Justiça da Paraíba a nove anos e seis meses de prisão por tráfico de drogas.

Queima
A Polícia Federal informou que cerca de 200 mil pés de maconha já foram incinerados desde o início da "Operação Mandacaru", na madrugada de anteontem. A operação é a primeira ação "de massa" contra o narcotráfico desde 1996.
Até o fim de dezembro, 1.200 militares e 260 policiais federais e rodoviários ficarão na região do "polígono da maconha".


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