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3.500 sem-terra invadem porto para pressionar Incra
Agricultores pedem a desapropriação de cerca de 22 mil hectares de terra em Alagoas
Segundo administrador do porto, a multa diária por atraso no carregamento de navios é de US$ 15 mil, o equivalente a R$ 32,5 mil
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Cerca de 3.500 sem-terra invadiram na manhã de ontem o
porto de Maceió (AL) e suspenderam as operações de embarque e desembarque de carga.
Aproximadamente 50 caminhões carregados de açúcar e
álcool ficaram parados na orla
da capital alagoana aguardando
negociações com os sem-terra.
Dentro do porto, que pertence à União, há um terminal da
Transpetro, responsável pela
distribuição de óleo diesel e gasolina para o Estado, que também ficou parado.
A invasão foi organizada por
lideranças do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra), do MLST (Movimento de Libertação dos Sem
Terra) e do MTL (Movimento
Terra Trabalho e Liberdade).
Eles pressionavam o Incra
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) a agilizar a desapropriação de cerca
de 22 mil hectares que pertencem à extinta usina Agrisa, localizados nos municípios de
Joaquim Gomes e Flexeiras, na
zona da mata alagoana.
"Já fizemos várias mobilizações e nada foi resolvido em relação à desapropriação da Agrisa. Decidimos ficar no porto,
que é importante para a União,
para pressionar o governo federal", disse Marco Antônio da
Silva, da coordenação estadual
do MLST. Os agricultores
anunciaram que só deixariam o
porto depois de obterem o
compromisso do Incra de que
seriam ajuizadas na Justiça as
ações para que sejam criados os
assentamentos rurais.
A confirmação da presidência do Incra de que as ações serão ajuizadas nos próximos
dias chegou no final de tarde e
os sem-terra concordaram em
desocupar o local.
Os movimentos temiam que,
com o final do governo, em dezembro próximo, os recursos já
alocados para a desapropriação
voltassem para o Tesouro caso
não fossem utilizados. O depósito do dinheiro é feito junto
com a imissão de posse.
O administrador do porto,
Domício Silva, disse que não
houve depredações. Mas, segundo ele, a multa diária por
atraso no carregamento de navios chega a US$ 15 mil (equivalente a R$ 32,5 mil).
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