São Paulo, sábado, 01 de dezembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Dois anos depois

O antigo Campo Majoritário do PT chega às eleições do partido em situação bem diferente da de 2005, quando Ricardo Berzoini tinha pela frente um segundo turno inevitável e mesmo um risco de derrota. Amanhã, pode até levar no primeiro turno. Se não levar, tudo indica que liquidará a fatura no segundo.
As demais correntes petistas se aproximaram do "centrão". Uniram-se no apoio a Lula e no propósito de ter candidato em 2010. Quem tem chance de ir à segunda etapa contra Berzoini puxou o freio de mão. Jilmar Tatto compartilha de boa parte da pauta do atual presidente. E José Eduardo Cardozo abandonou o projeto de "refundação", lançado por seu grupo.
Presente. A direção do PT foi avisada pelo Planalto de que Lula vai votar na eleição de amanhã. Será no diretório de São Bernardo do Campo, ao qual o presidente é filiado.

De olho. Paralelamente à base oficial de apuração, que será na sede do PT em São Paulo, as diversas chapas terão seus próprios núcleos de acompanhamento dos votos.

Décimo-terceiro. Acusados de usar o contrato do diretório paulista do PT com os Correios a fim de fazer campanha para Zico Prado, deputados do grupo que apóia sua candidatura, como José Genoino, José Mentor e Candido Vaccarezza, afirmam que vão pagar do próprio bolso as despesas do envio das cartas. Pelo rateio, cada um terá de desembolsar R$ 5.000.

Em casa. Em desvantagem na disputa nacional, a Mensagem ao Partido, de Tarso Genro e José Eduardo Cardozo, vencerá com folga no Rio Grande do Sul. Olívio Dutra deve ser eleito presidente estadual com até 60% dos votos.

Põe o bode. O governo terá de apresentar emendas "de mentirinha" à proposta da CPMF se quiser mais prazo para virar votos no Senado. As emendas feitas até agora são todas da oposição, que planeja retirá-las em bloco para forçar a votação na próxima semana e, quem sabe, pegar o governo de calça curta.

Gaveta. O DEM vai pedir uma audiência na semana que vem com Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Ele é o relator de uma ação de inconstitucionalidade do partido que questiona a inclusão da CPMF, chamada de "receita-fantasma", no Orçamento, antes da aprovação da prorrogação. Está na mesa do ministro desde 18 de setembro.

Pingue... O presidente da Abdib (associação da indústria de base), Paulo Godoy, encontrou Paulo Bernardo e aproveitou para reclamar da decisão do governo de não enviar ao Congresso um projeto de reforma tributária enquanto estiver em curso a novela do imposto do cheque.

...pongue. "Então vocês nos ajudem", respondeu o ministro do Planejamento. "Se não tiver voto para aprovar a CPMF, como é que vai ter para a reforma tributária?".

Vodu 1. Renan Calheiros (PMDB-AL) é só simpatia nos dias que antecedem o novo julgamento, mas alguns petistas não escapam de sua ira reservada. O campeão é o ministro da Justiça, Tarso Genro.

Vodu 2. A animosidade é antiga, mas foi reforçada pelo fato de duas operações da Polícia Federal -uma em Murici e outra em Brasília, que resultou na prisão de assessor do presidente licenciado do Senado- terem sido deflagradas justamente na semana da votação do novo pedido de cassação no Conselho de Ética.

A reboque. Levantamento do PSDB na Câmara mostra que, de 117 projetos aprovados neste ano, 85 são do Executivo e só 25 do Legislativo. "O Congresso vota quando o governo quer, e pára quando o governo determina", protesta o líder da bancada tucana, Antonio Carlos Pannunzio (SP).

Tiroteio

"Mercadante só esqueceu de citar o ministro Guido Mantega, que atribuiu o inferno nos aeroportos à "prosperidade do país"."


De KÁTIA ABREU (DEM-TO) sobre o colega senador, que criticou em artigo as "más-línguas" segundo as quais a crise aérea se deve ao expressivo aumento no número de passageiros.

Contraponto

Vai esperando

Na quarta, José Serra saía de um jantar arrecadador de fundos para o PSDB quando foi abordado por repórteres:
-O senhor vai embora mais cedo para assistir a Corinthians x Vasco no Pacaembu ?-, perguntou um deles.
Embora palmeirense, o governador preferiu não se indispor com a maior torcida do Estado:
-Não vou, mas, se fosse, certamente iria torcer para o Corinthians vencer e não ser rebaixado.
Dito isso, aproveitou para pedir uma força aos rivais:
-Só gostaria que os corintianos também torcessem para o Palmeiras vencer no domingo e ir à Libertadores.


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