São Paulo, segunda-feira, 01 de dezembro de 2008

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Câmara compra sistema para criar retrato falado

Pacote visa coibir furtos e golpes dentro da Casa

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Câmara dos Deputados adquiriu em novembro, por meio de licitação, um programa de computador para montagem de retrato falado.
O mecanismo, cujo objetivo é "desenhar" o rosto de uma pessoa por meio de relato de testemunhas, foi comprado por R$ 31,8 mil em um pacote que incluiu licença para o uso do software, garantia de um ano e treinamento de funcionários.
De acordo com a justificativa dada, a compra se destina à identificação de pessoas que, dentro das dependências da Câmara, praticariam furtos ou golpes. Isso apesar de a Casa contar com um circuito interno de TV com cerca de 300 câmeras de vídeo e um sistema de identificação de visitantes.
O Departamento de Polícia Legislativa da Câmara diz que foram registradas 267 ocorrências policiais na Casa no primeiro semestre deste ano, sendo a mais comum relacionada a extravio de objetos (87). Teria havido ainda 39 furtos e 28 reclamações de vítimas de estelionatários. Os números seriam menores do que no primeiro semestre de 2007, quando registraram-se 331 ocorrências.
A assessoria de imprensa da Câmara afirma que cerca de 25 mil pessoas circulam na Casa nos dias de maior movimento.
Em 2007, a Folha obteve acesso a relatório da Polícia Legislativa que exemplificava casos ocorridos na Câmara. Em um deles, de 2006, um homem foi preso sob a acusação de vender "vagas de trabalho" na Casa. Ele cobraria entre R$ 300 e R$ 1.000 dos interessados.
Outras pessoas também teriam sido flagradas vendendo cupons para falsos sorteios de automóveis. Também em 2006 a Polícia Legislativa prendeu, nas dependências da Câmara, um homem que se apresentava como jornalista e foi acusado de aliciar mulheres para fins de migração.


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