São Paulo, terça-feira, 01 de dezembro de 2009

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Governador se defende e culpa "herança" de Roriz

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Acuado diante de uma série de denúncias e se dizendo "firme" no DEM, o governador José Roberto Arruda (DF) leu ontem um comunicado no qual nega as acusações feitas pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa.
Segundo ele, seu governo está sendo vítima por ter contrariado interesses de Barbosa e de empresários. Arruda chamou o ex-secretário de "herança maldita" deixada pelo governo Joaquim Roriz (PMDB). No comunicado, ele não voltou a falar que o dinheiro que recebeu serviria para comprar "panetones", trocando o uso da verba para "ações sociais".
"Recursos eventualmente recebidos por nós do denunciante para ações sociais nos anos de 2004, 2005 e 2006 foram regularmente registrados, como o foram todos os demais itens da campanha eleitoral." Arruda disse também que as gravações divulgadas estão "truncadas".
"A avaliação preliminar dos nossos advogados me alerta que os supostos "defeitos" ou "aquecimento" e "resfriamento" do aparelho de gravação, conforme consta dos autos, acabaram por truncar e comprometer o teor e o sentido da conversa", disse ao lado de seu advogado José Eduardo Alckmin e do advogado do DEM, Flávio Curi.
Arruda negou que vá se desfiliar do DEM: "Estamos firmes". Disse que confia na Justiça e que continuará no cargo. Quanto ao fato de Barbosa trabalhar na sua gestão, Arruda disse que, ao saber que ele era réu em 32 processos, "todos praticados no governo anterior", lhe deu uma função "meramente burocrática", mas não explicou por que não demitiu o funcionário.
Arruda disse que deu a ele um cargo na agência de informática, mas depois extinguiu o órgão e demitiu os servidores.
Quanto a conversas para doação de dinheiro para campanha por empresários, intermediadas por Barbosa, Arruda disse que não aceitou, mas que sugeriu nomes de deputados da base: "Deixamos claro que não aceitaríamos essas doações e sugerimos apoio às campanhas de deputados da base de apoio ao governo, na forma da lei".
Segundo Arruda, todas as imagens e diálogos que constam do inquérito relativos a doações que ele teria feito a outros políticos estão sendo analisadas "cuidadosamente" por seus advogados "para esclarecer melhor as datas e as responsabilidades". (SIMONE IGLESIAS)


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