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Governador se defende e culpa "herança" de Roriz
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Acuado diante de uma série
de denúncias e se dizendo "firme" no DEM, o governador José Roberto Arruda (DF) leu ontem um comunicado no qual
nega as acusações feitas pelo
ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa.
Segundo ele, seu governo está sendo vítima por ter contrariado interesses de Barbosa e
de empresários. Arruda chamou o ex-secretário de "herança maldita" deixada pelo governo Joaquim Roriz (PMDB). No
comunicado, ele não voltou a
falar que o dinheiro que recebeu serviria para comprar "panetones", trocando o uso da
verba para "ações sociais".
"Recursos eventualmente recebidos por nós do denunciante para ações sociais nos anos
de 2004, 2005 e 2006 foram regularmente registrados, como
o foram todos os demais itens
da campanha eleitoral." Arruda
disse também que as gravações
divulgadas estão "truncadas".
"A avaliação preliminar dos
nossos advogados me alerta
que os supostos "defeitos" ou
"aquecimento" e "resfriamento"
do aparelho de gravação, conforme consta dos autos, acabaram por truncar e comprometer o teor e o sentido da conversa", disse ao lado de seu advogado José Eduardo Alckmin e do
advogado do DEM, Flávio Curi.
Arruda negou que vá se desfiliar do DEM: "Estamos firmes".
Disse que confia na Justiça e
que continuará no cargo. Quanto ao fato de Barbosa trabalhar
na sua gestão, Arruda disse que,
ao saber que ele era réu em 32
processos, "todos praticados no
governo anterior", lhe deu uma
função "meramente burocrática", mas não explicou por que
não demitiu o funcionário.
Arruda disse que deu a ele
um cargo na agência de informática, mas depois extinguiu o
órgão e demitiu os servidores.
Quanto a conversas para
doação de dinheiro para campanha por empresários, intermediadas por Barbosa, Arruda
disse que não aceitou, mas que
sugeriu nomes de deputados da
base: "Deixamos claro que não
aceitaríamos essas doações e
sugerimos apoio às campanhas
de deputados da base de apoio
ao governo, na forma da lei".
Segundo Arruda, todas as
imagens e diálogos que constam do inquérito relativos a
doações que ele teria feito a outros políticos estão sendo analisadas "cuidadosamente" por
seus advogados "para esclarecer melhor as datas e as responsabilidades".
(SIMONE IGLESIAS)
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