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Pressionado, Lula terá de acomodar petistas sem emprego após eleições
Ex-prefeitos de Belo Horizonte, Recife e Diadema querem ficar na vitrine para 2010
SIMONE IGLESIAS
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa 2009 sob
pressão para acomodar no governo petistas que saíram das
urnas derrotados ou acabaram
seus mandatos e ficaram desempregados. A lista inclui os
ex-prefeitos Fernando Pimentel (Belo Horizonte), João Paulo (Recife) e José de Filippi
(Diadema), que conseguiram
fazer seus sucessores, saíram
fortalecidos das eleições municipais e têm pretensões eleitorais em 2010.
Com prestígio em alta e bom
relacionamento com Lula, os
três já articulam espaços que
garantam que fiquem na vitrine
pelos próximos dois anos.
Antes do Natal, o presidente
esteve com Pimentel e convidou-o para uma conversa em
janeiro, da qual também participarão João Paulo e Filippi.
O presidente tem demonstrado resistência em mudar ministros antes de abril de 2010
por dois motivos: não quer que
nos dois últimos anos de seu
governo os refletores saiam do
gabinete presidencial e passem
a ter como foco a atuação de
eventuais novos ministros candidatos, e porque qualquer mudança para privilegiar petistas
implicará problemas políticos
com partidos que integram a
base governista.
Ao mesmo tempo, Lula enfrenta pressões do PT para fortalecer os quadros do partido
com vistas à disputa pelos governos estaduais e para oxigenar o governo em meio a um
possível agravamento da crise
econômica.
Para contornar problemas
com aliados e ao mesmo tempo
trazer políticos de sua confiança para perto do governo, a alternativa em discussão é transformá-los em coordenadores
da campanha da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à sucessão presidencial: João Paulo
no Nordeste, Pimentel, em Minas, e Filippi no ABC Paulista.
A primeira opção pensada
pelo Planalto era a de colocar
Pimentel no Ministério do Turismo. Mas houve recuo porque
a nomeação obrigaria Lula a
acomodar os demais, incluindo
a ex-ministra Marta Suplicy,
que perdeu a eleição em São
Paulo.
Outro fator que pesa contra a
ida de Pimentel para a Esplanada dos Ministérios é que os ministros Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Hélio Costa
(Comunicações), e Luiz Dulci
(Secretaria Geral) trabalham
contra uma eventual nomeação. Patrus e Pimentel são pré-candidatos do PT ao governo de
Minas Gerais, assim como Costa, pelo PMDB.
Com relação a Marta, interlocutores do presidente afirmaram que ele não tem planos
para a ex-prefeita, o que dificulta qualquer movimentação no
tabuleiro ministerial.
No caso de João Paulo, a Folha apurou que o governador
de Pernambuco, Eduardo
Campos (PSB), teria pedido a
Lula que não o coloque em cargo de visibilidade. Campos teme que João Paulo se fortaleça
para concorrer contra ele ao
governo. A ideia é que o ex-prefeito dispute uma vaga ao Senado, mas o PT quer fazer dele o
próximo governador.
José de Filippi foi tesoureiro
da campanha de Lula à reeleição em 2006 e vem sendo inflado pelo PT como nome de peso
da nova geração de candidatos
em São Paulo. Filippi cresceu
no partido e no conceito de Lula ao assumir a área mais sensível da campanha, logo após o
escândalo do mensalão que
abateu o tesoureiro do partido
Delúbio Soares.
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