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Petista costura para Múcio substituí-lo
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com a vitória de Arlindo
Chinaglia (PT-SP) para
ocupar a presidência da
Câmara, a liderança do governo na Casa deverá ser
ocupada por José Múcio
(PTB-PE). Chinaglia já articulou com o Palácio do
Planalto, o PMDB e outros
partidos a indicação de
Múcio para substituí-lo.
Falta, porém, uma formalização do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
O grupo de Chinaglia
pretende ainda criar quatro comissões especiais na
Câmara para tocar as prioridades legislativas de sua
campanha. Uma comissão
deverá ser aberta para
acompanhar as medidas
legislativas do PAC (Programa de Aceleração do
Crescimento).
Outra será para discutir
repartição dos recursos do
Fundeb, o fundo da educação básica. Uma terceira
será dedicada à a reforma
tributária. E uma última
teria a função de elaborar a
consolidação das leis penais do país, o que poderia
permitir espaço para alteração dessa legislação.
Obedecendo uma estratégia de "convivência civilizada" com o PSDB, há
possibilidade de que a Ouvidoria da Câmara fique
com o tucano Carlos Sampaio (SP), que atuou duro
contra o PT nas CPIs que
investigaram escândalos
do primeiro mandato.
Já o PFL deverá ser alvo
de uma operação de partidos da base aliada para
atrair quadros. Petistas falam numa saída de 10 a 15
parlamentares da atual
bancada pefelista, atualmente com 62 deputados.
A intenção das forças
governistas é tentar desidratar o PFL, partido que
tem feito oposição num
tom mais radical do que o
PSDB, e simultaneamente
evitar atrair tucanos. O
PR, o PTB e o PP deverão
ser os destinos de eventuais adesões pefelistas.
Na bancada do PT, está
sendo costurado acordo
para que Luiz Sérgio (RJ)
seja o novo líder do partido, em substituição a Henrique Fontana (RS).
Com a eleição de Chinaglia, ganha força a possibilidade de o deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) integrar o primeiro
escalão de Lula.
Operação Múcio
A articulação para que
Múcio assuma a liderança
do governo tem entre os
seus objetivos enfraquecer o presidente do PTB,
Roberto Jefferson, que em
entrevistas à Folha em junho de 2005, denunciou o
esquema do mensalão.
Cassado, Jefferson retornou à presidência do
PTB e dificulta uma adesão em peso do partido a
Lula. Se fracassar no duelo
contra Jefferson, o petebista Múcio poderia migrar para outro partido e
continuar como líder.
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