São Paulo, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2009 |
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Toda Mídia NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br Sob mira
As coisas vinham bem demais, até o meio da tarde. O site do colombiano "El Tiempo", ligado ao ministro da Defesa e presidenciável Juan Manuel Santos, ilustrava sua manchete on-line com um vídeo do canal venezuelano Telesur, ligado a Hugo Chávez, mostrando os helicópteros brasileiros de saída para o resgate negociado dos reféns. "Livres os quatro" era o enunciado. Fim da tarde, no entanto, e a Telesur anunciou que "Exército colombiano obstaculizou liberação", enquanto o "El Tiempo" passou para "Preocupação por versões contraditórias sobre liberação". A comissão que negociou a libertação afirmou que esteve sob risco, o que incluiria a tripulação brasileira que realizou a operação, por perseguição de aviões da Colômbia. DA AGÊNCIA EFE A exemplo do espanhol "El País", sites e portais brasileiros acompanharam, nas manchetes ao longo do dia, a cobertura da agência Efe para a libertação dos reféns -que entrou pela noite sem registrar problemas na operação. DOS EUA À CHINA Além da agência espanhola e das coberturas colombiana e venezuelana, a libertação foi seguida, desde seu princípio, por despachos da chinesa Xinhua, do canal Al Jazeera, do Qatar, e do jornal americano "Miami Herald", entre outros. LAMA E INCERTEZA Enunciado da americana Associated Press, "Fórum Social termina em lama, otimismo, incerteza". Da France Presse, "Soluções para a crise eludem Fórum Social Mundial desorganizado". Da britânica Reuters, "Fórum esquerdista termina na Amazônia; o capitalismo é dado por moribundo". Stuart Grudgings, enviado da última, foi especialmente sarcástico e fechou reclamando do custo da água mineral, supostamente vendida pelos mesmos "nativos" que cobravam direitos nos seminários do encontro. CAÓTICO O escritor Bruce Sterling, que seguiu o fórum "caótico" pelas agências, para a Wired, encerrou seu acompanhamento dizendo que o "Fórum Social não tem ideia do que fazer e demanda que os caras ricos arrumem tudo para eles". PROFÉTICO Fechando sua cobertura, a Al Jazeera entrevistou em Belém o sociólogo filipino Walden Bello, para quem o "Fórum Social foi voz profética", sobre a crise do capitalismo. JOVEM Os enviados do UOL, no alto da home, avaliaram que "organização precária e adesão jovem marcam Fórum Social Mundial em Belém". Logo abaixo, o destaque de que a trilha sonora foi "do carimbó de protesto ao tecnobrega". SEM MASSA Na manchete da estatal Agência Brasil, o sociólogo Emir Sader criticou o Fórum por se limitar às ONGs. "Onde estão as massas?", cobrou, pedindo "movimentos sociais". REVOLUÇÃO SILENCIOSA
O "Wall Street Journal" deu o longo artigo "A revolução silenciosa da América Latina", de Stephen Haber, do conservador Instituto Hoover, de Stanford. Saúda reformas econômicas e sociais de Chile e outros, inclusive Brasil, chegando a defender o Bolsa Família. Para Venezuela e Argentina, críticas. Da Colômbia, sintomaticamente, nada. DILMA PERDE Do blog de Josias de Souza, Folha Online: "Não importa o resultado. Vença quem vencer, Lula sai do confronto no Congresso como derrotado". DILMA VENCE Do post de Kennedy Alencar, Folha Online: "Vitória de Michel Temer e José Sarney no Congresso beneficia aliança formal para Dilma 2010". NOTÍCIA SEM LUCRO
Sites e blogs de mídia nos EUA avisam que o "WSJ" é o novo foco, com queda de avaliação financeira e demissões. Por outro lado, um artigo no "NYT", "Notícia que você pode doar" ou patrocinar (endow), oficializou o debate sobre apoio de fundações aos jornais americanos em crise (ilustração acima). A ideia foi elogiada na "New Yorker", mas questionada no site da fundação Nieman, de jornalismo -citando o bem-sucedido Joshua Marshall, do Talking Points Memo, para quem jornalismo "nonprofit", não voltado a lucro, perde independência. Texto Anterior: Itália pede novo apoio da UE no caso Battisti Próximo Texto: Fórum Social termina com agenda de mobilizações Índice |
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