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Coalizão lulista dá a Dilma mais palanques estaduais
Na pré-campanha, 35 possíveis alianças estão com a ministra, contra 25 de Serra
Para compensar defasagem
quantitativa em relação à ministra, tucanos contam com liderança em São Paulo,
que tem 22% do eleitorado
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oito meses das eleições de
outubro, o mapeamento das
principais candidaturas ao governo das 27 unidades da Federação mostra que a coalizão de
partidos que apoia o presidente
Lula dá à ministra Dilma Rousseff (PT) um número de palanques estaduais 40% superior
aos até agora alinhados ao governador José Serra (PSDB).
A petista tem hoje 35 palanques que tendem a trabalhar
majoritariamente por sua candidatura à Presidência, contra
25 já fechados com Serra.
Dos palanques pró-Dilma,
mais da metade lidera as pesquisas de intenção de voto disponíveis, sendo dez em Estados
grandes ou médios. Dos 25 palanques que tendem a apoiar
Serra, 10 lideram as respectivas
disputas, sendo dois nos maiores Estados do país.
A base de sustentação do governo Lula conta hoje com 14
partidos políticos, mas nem todos devem aderir a Dilma. A
candidatura Serra conta com o
trio PSDB-DEM-PPS, que busca obter o apoio oficial do PTB,
até agora na base governista.
A vantagem estatística de
Dilma nos palanques estaduais
aumenta caso o deputado federal Ciro Gomes (PSB) desista
da corrida à sucessão de Lula,
algo que vem sendo costurado
pelo Palácio do Planalto.
Ciro tem hoje sete palanques
relevantes de sustentação, sendo que dois desses candidatos
lideram as pesquisas em Estados médios -os governadores
Cid Gomes, no Ceará, e Eduardo Campos, em Pernambuco.
Mesmo que permaneça na
disputa, quase todos esses palanques têm "células" que prometem pedir votos para Dilma
-a exceção é a Paraíba, onde o
prefeito Ricardo Coutinho
(PSB), pré-candidato ao governo, é alinhado com o PSDB.
Serra terá apoio de integrantes da aliança de Fernando Gabeira (PV) no Rio, embora ela
seja a principal base regional de
sustentação da pré-candidata
Marina Silva (PV).
Apesar da vantagem quantitativa pró-Dilma, os números
devem ser cotejados com pelo
menos quatro fatores. O primeiro é que mudanças ocorrerão até a oficialização das candidaturas, em junho. Além disso, há exemplos históricos de
palanques fortes nos Estados
que não renderam os votos esperados para presidenciáveis.
Há que se levar em conta,
ainda, que os tucanos têm a
candidatura líder em São Paulo
(Geraldo Alckmin), Estado que
reúne sozinho 22,4% do eleitorado nacional. Em Minas, o segundo colégio do país, o governador Aécio Neves promete jogar todas as fichas para eleger o
sucessor, o vice Antonio Anastasia, hoje com 10,7% de intenções de voto, pelo Datafolha.
Os dados levantados pela reportagem mostram também
dificuldades distintas, no momento, para PT e PSDB.
No lado tucano, há problemas em Estados importantes.
No Rio Grande do Sul, Serra poderá ter suporte de aliados do
prefeito José Fogaça (PMDB),
mas Yeda Crusius (PSDB), a
candidata do partido, é a governadora com pior avaliação no
país, segundo o Datafolha.
No Ceará, o senador Tasso
Jereissatti, principal nome da
legenda, deve tentar a reeleição
ao Senado. Em Pernambuco, o
senador Jarbas Vasconcelos
(PMDB) ainda resiste em ser o
nome da oposição contra
Eduardo Campos (PSB).
Dirigentes tucanos sustentam que terão um palanque sólido em cada um dos Estados.
Eles citam como prováveis
"adesões" oficiais ou extraoficiais à candidatura Serra Jackson Lago (PDT), no Maranhão,
e André Puccinelli (PMDB), em
Mato Grosso do Sul. Negociam,
ainda, a neutralidade de Osmar
Dias (PDT) no Paraná.
Já a pré-candidatura Dilma
terá como um dos principais
desafios regionais administrar
a disputa de pré-candidaturas
aliadas nos Estados, principalmente entre PT e PMDB.
Entre outros, encontram-se
nessa situação Minas Gerais,
Rio de Janeiro, Pará, Bahia,
Piauí e Santa Catarina.
Além disso, falta definir um
candidato competitivo em São
Paulo, já que Ciro Gomes hesita
em disputar o governo.
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