São Paulo, terça-feira, 02 de fevereiro de 2010

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PT tenta superar conflitos; PSDB vê racha

Jutahy Júnior (PSDB-BA), deputado federal próximo a Serra, afirma que "quem tem dois palanques não tem nenhum'

PSB diz não ver problema em ter só 7 palanques estaduais fortes; PV afirma que tentará lançar candidato próprio em 26 das 27 disputas regionais

Sérgio Lima - 27.jul.09/Folha Imagem
Sérgio Guerra(PE), presidente do PSDB, em Brasília

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os dirigentes partidários de PT, PSDB, PSB e PV, as legendas que até agora encabeçam as principais pré-candidaturas à Presidência, fazem análises distintas ao falar da sustentação regional das chapas.
O PSDB ressalta que em vários Estados a coalizão de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em disputa interna e pode lançar mais de um palanque, o que considera sinal de problema para o adversário.
"Quem tem dois palanques não tem nenhum. Isso gera um conflito que não raro inviabiliza a própria ida do candidato ao Estado", afirma o deputado federal Jutahy Júnior (BA), um dos tucanos mais próximos ao governador José Serra (SP).
Segundo ele, o partido trabalha para ter um único palanque por Estado.
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirma que muito dos palanques pró-Dilma são de fachada. E cita o próprio caso: "Em 2006, tínhamos palanques majoritários em todo o Nordeste, mas tivemos desempenho deplorável. Isso porque não era real o grau de adesão. Eram palanques fortes, mas com campanha fraca".
Outro exemplo de popularidade regional que não se transferiu no montante esperado ao candidato à Presidência ocorreu em Minas Gerais, também na campanha de 2006. O governador Aécio Neves (PSDB) foi reeleito com 77% dos votos válidos, mas o candidato da legenda ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin, obteve no Estado um desempenho abaixo de sua média nacional.

Divergências
O presidente do PT, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), afirma que o partido trabalha para solucionar as divergências entre aliados nos Estados e unificar as candidaturas, mas reconhece que isso não será possível em alguns casos, como em Mato Grosso do Sul, onde o lançamento de Zeca do PT deve levar o governador André Puccinelli (PMDB) para a campanha tucana. "Às vezes, as divergências regionais se sobrepõem. O que temos de fazer é tentar administrar e evitar que isso contamine a candidatura presidencial", disse.
O secretário-geral do PSB, senador Renato Casagrande (ES), diz não ver problema no fato de a candidatura Ciro -que pode desistir da disputa- ter apenas sete palanques estaduais fortes de sustentação: "Não haverá palanque exclusivo. Mesmo onde não tenhamos candidato, teremos candidato a vice, ao Senado, e, ao negociarmos as coligações, vamos exigir que o palanque receba o Ciro".
O PV reafirmou que tentará lançar candidato próprio em pelo menos 26 das 27 disputas regionais -no Acre, já definiu que apoiará Tião Viana (PT). "Os nossos candidatos têm agora um percentual baixo nas pesquisas, mas acreditamos que eles serão puxados para cima pela Marina", afirmou Alfredo Sirkis, que coordena a pré-candidatura de Marina.


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