São Paulo, terça-feira, 02 de março de 2004

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TRANSPORTES

Prefeito de Manaus quer que o orçamento da área seja de R$ 7 bilhões

Cotado pede verba para assumir pasta

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Cotado para assumir o Ministério dos Transportes no lugar de Anderson Adauto, o prefeito de Manaus, Alfredo Nascimento (PL), fez ontem uma exigência para aceitar o cargo. Ele quer que o Orçamento da pasta seja de, no mínimo, R$ 7 bilhões neste ano.
O valor é mais do que o dobro do aprovado pelo Congresso, R$ 3 bilhões, que caiu para R$ 2,3 bilhões após cortes no mês passado.
Nascimento disse também que aguarda apenas um chamado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acertar com ele os detalhes de sua ida para o ministério. "Disseram que nesta semana fariam um contato. Eu não tenho pressa", afirmou Nascimento.
No último dia 13 de fevereiro, o presidente do PL, deputado Valdemar Costa Neto (PL), confirmou a indicação de Nascimento para o cargo, já que Anderson Adauto, também do PL, fica no cargo até 3 de abril, quando sai do governo para tentar ser candidato à Prefeitura de Uberaba (MG). O convite para Nascimento integrar a equipe do governo partiu do ministro José Dirceu (Casa Civil).
"Eu insisto em dizer que é necessário ter essa conversa [com o presidente Lula], não é bobagem, não. Não basta ser ministro. Ocupar um cargo como ministro da República massageia o ego de qualquer um, é legal, é bom para o Estado [Amazonas] possivelmente, mas esse ministério tem que ter condições para trabalhar, tem que ter meios e recursos."
As declarações de Nascimento foram dadas em entrevista coletiva convocada por ele para anunciar a resolução de dois entraves para a sua ida para o ministério.
Ele cancelou ontem, por tempo indeterminado, aumento da passagem de ônibus na cidade (de R$ 1,50 para R$ 1,80), o que esvaziou investigação iniciada pelo Ministério Público sobre planilha de preços do transporte coletivo.
Nascimento, que está no último ano de seu segundo mandato, informou ter fechado acordo para que um vereador de sua base o suceda. Como o vice eleito em sua chapa em 2000 se tornou vice-governador do Amazonas, o cargo de prefeito será ocupado por um vereador até o fim do mandato.
Ontem, Costa Neto reafirmou à Agência Folha que Nascimento aceitará o cargo e terá, ainda nesta semana, encontro com Dirceu. Disse que as exigências do prefeito são normais e descartou qualquer relação do caso Waldomiro Diniz com a demora na definição de Nascimento para o ministério.


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