|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÍDIA
Renata Lo Prete, editora do Painel, foi a responsável pelas entrevistas com o ex-deputado Roberto Jefferson, autor das denúncias
Revelação do "mensalão" ganha Prêmio Folha
DA REDAÇÃO
As duas entrevistas com o então
deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), que tornaram conhecido o esquema do "mensalão" e detonaram a pior crise política do governo Lula, renderam à
editora do Painel, Renata Lo Prete, o Grande Prêmio Folha de Jornalismo de 2005.
Publicadas em 6 e 12 de junho,
sob os títulos "PT dava mesada de
R$ 30 mil a parlamentares, diz Jefferson" e "Dinheiro do "mensalão"
vinha de estatais e empresas, diz
Jefferson", as entrevistas revelaram a existência de pagamentos
feitos pelo PT a parlamentares da
base aliada em troca de apoio político no Congresso Nacional.
Além disso, tornaram públicas
as ações do publicitário Marcos
Valério Fernandes de Souza, responsável por pagamentos a parlamentares. Jefferson também deu
detalhes da participação do então
tesoureiro do PT e amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
Delúbio Soares, na operação.
Os recursos, segundo Jefferson,
vinham de "operações com empresas do governo e com empresas privadas".
Posteriormente, em uma terceira entrevista, publicada em 30 de
junho, Jefferson acusou a existência de um sistema de arrecadação
ilegal para políticos em Furnas,
que, segundo ele, funcionava desde o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e continuou sob a gestão petista.
As acusações deram fôlego e
pautaram o trabalho de três CPIs:
dos Correios, do Mensalão e dos
Bingos. Também deram início a
um processo que levou à queda de
toda a cúpula do PT, à saída de José Dirceu da Casa Civil e sua posterior cassação pela Câmara e à
abertura de processos em curso
contra outros parlamentares.
Outras categorias
O Prêmio Folha foi criado em
1993 e é entregue anualmente como reconhecimento aos melhores trabalhos produzidos por profissionais da Empresa Folha da
Manhã S/A, que edita a Folha e o
"Agora". Há premiações bimestrais e uma seleção final, na qual
são anunciados, além do Grande
Prêmio, os vencedores de seis categorias. No ano passado, concorreram 371 trabalhos.
O ganhador do Prêmio Folha na
categoria Reportagem foi o colunista Guilherme Barros, com uma
série de textos publicada ao longo
do ano sobre a disputa comercial
entre o controlador do Opportunity, Daniel Dantas, de um lado, e
os fundos de pensão e o Citigroup, do outro. As reportagens
mostraram a batalha dos fundos e
do Citigroup, ambos com participações em empresas de telefonia,
para retomar o controle das companhias do Opportunity.
O Prêmio Folha na categoria
Edição foi dado aos jornalistas Vinicius Mota e Marcos Guterman,
com "Atentados matam 37 em
Londres". O trabalho premiado
foi publicado em 8 de julho, com
imagens e textos sobre ataques no
metrô e contra um ônibus.
Na categoria Serviço, os premiados foram as jornalistas Laura Capriglione, Fernanda Mena, Tereza
Novaes e Fátima Fernandes, com
o caderno especial "Colégios",
publicado em 29 de abril. O trabalho, baseado em pesquisa Datafolha, revelou as escolas de São Paulo que tinham maior número de
alunos aprovados nos cursos
mais disputados da USP.
O conjunto de capas na cobertura da morte do papa, de Massimo Gentile e Fabio Marra, venceu
o prêmio na categoria Arte.
Na categoria Fotografia, Fernando Donasci foi o premiado
com o conjunto de imagens "Tristes Trópicos, 50 anos", publicado
em 22 de maio no caderno Mais!.
As fotografias mostram a vida dos
índios nhambiquara 50 anos depois da visita do antropólogo
Claude Lévi-Strauss à aldeia, que
deu origem ao livro "Tristes Trópicos", publicado em 1955.
Com o caderno "A longa viagem de D. Quixote", os jornalistas
Sylvia Colombo, Alcino Leite Neto, Marcos Flamínio Peres e Cássio Starling Carlos venceram o
Prêmio Folha na categoria Especial. O trabalho, publicado em 18
de junho, abordou o 400º aniversário da publicação do livro escrito por Miguel de Cervantes.
O Prêmio Folha também destaca a cada bimestre os melhores
trabalhos publicados pelo jornal.
Além do trabalho vencedor do
Grande Prêmio Folha de Jornalismo e dos que ganharam nas categorias de Reportagem e Edição,
foram premiadas nos bimestres
as reportagens "Cana mantém sobrevida de 125 mil em MG", de
Rogério Pagnan e Joel Silva, "Sem
julgamento, idosa agoniza na cadeia", de Gilmar Penteado, e "Um
ministro em maus negócios", série de reportagens de Rubens Valente, Josias de Souza e Marta Salomon sobre as denúncias envolvendo o então titular da Previdência, Romero Jucá (PMDB-RR).
A comissão julgadora de 2005
foi composta por Suzana Singer,
secretária de Redação, Marcelo
Beraba, ombudsman da Folha,
Márion Strecker, diretora de Conteúdo do UOL, e Luiz Carlos Bresser Pereira e Demétrio Magnoli,
colunistas da Folha.
Texto Anterior: Escândalo do "Mensalão"/Caso Santo André: Família de Daniel relata ameaça e deixa país Próximo Texto: Entrevistas geram maior crise política do governo e do PT Índice
|