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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
PR papão
O expansionismo desenfreado do PR, fusão do mensaleiro PL com o Prona, apavora a oposição e impressiona até mesmo as demais siglas da base. O finado PL
tinha 34 deputados na legislatura passada. Elegeu 23.
Ganhou 2 do Prona. Ontem chegou a 35, e na semana
que vem deve bater nos 42. O plano é atingir 50. "Vamos ser o terceiro partido da Câmara", prevê o líder
Luciano Castro (RR). A série de aquisições será coroada com a filiação do ministro Walfrido Mares Guia
(Turismo), em fase final de negociação.
Do outro lado do fluxo migratório, murcham PFL e
PPS. Acuados, oposicionistas lembram que o inchaço
de legendas aliadas, entre elas o próprio PL, esteve na
gênese do mensalão no primeiro governo Lula.
Luvas. Deputados a caminho do PR alardeiam que,
além do controle do partido
nos Estados, receberam oferta de cargos nas regionais do
Dnit, mina de ouro abrigada
no Ministério dos Transportes. O líder da bancada, Luciano Castro, nega: "Como é que
eu posso oferecer algo que
ainda não temos?".
Ação. O PFL elegeu 65 deputados em outubro. Ontem,
contava com 59. Na próxima
semana deve perder mais
três. "O objetivo do PT é deixá-lo com 40 antes mesmo de
o nome mudar para Partido
Democrata", entrega um
membro da base aliada.
Reação. Preocupado com a
diáspora, o PFL desenterrou
uma resolução de 2005 segundo a qual o parlamentar
que deixar a legenda pagará
quatro meses de salário de
multa, o que equivale a cerca
de R$ 50 mil. A direção mandará uma notificação extra-judicial aos desertores para
que sangrem no bolso.
Olha eu aqui. Petebistas
que sonham com um ministério, como o deputado Nelson
Marchezelli (SP), não se conformam com a decisão de
Walfrido Mares Guia de sair
do partido apenas depois de
ter garantida sua permanência na Esplanada. Alegam que
assim só ele se dá bem, e o
PTB fica de mãos abanando.
Subindo... Lula sentiu no
vento que as coisas não vão lá
muito bem para o candidato
de seu coração à presidência
do PMDB. "Esse negócio do
Jobim está ruim, né?", observou em audiência com o governador Sergio Cabral e parlamentares do Rio de Janeiro.
...no telhado. Ao que um
dos presentes rebateu: "Então
o senhor precisa nos ajudar,
porque ele reluta em desistir".
Heterodoxo. Em busca de
votos pró-Jobim, o senador
Renan Calheiros já rompeu as
fronteiras do PMDB. Ao governador Blairo Maggi (PR),
pediu interferência para reverter a tendência favorável a
Michel Temer entre os peemedebistas de Mato Grosso. E
exortou Ciro Gomes (PSB) a
fazer o mesmo no Ceará.
Vingança. Osmar Serraglio
se diverte com o súbito status
de que passou a gozar entre a
cúpula do PMDB desde que,
como candidato "independente", venceu Wilson Santiago na disputa pela primeira
secretaria da Câmara. A despeito dos telefonemas amáveis de Temer, o ex-relator da
CPI dos Correios disse a amigos que irá de Jobim.
Jogando verde. O Senado
resolveu trocar sua frota de
cem veículos, que tem apenas
quatro anos. A alegação da
Mesa para justificar a gastança é bem "atual": dizem os senadores que vão adotar carros
movidos a combustíveis "limpos" para contribuir com a
preservação ambiental.
Visita à Folha. Paulo Nathanael Pereira de Souza, presidente do Conselho Diretor
do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) nacional e do Conselho de Administração do CIEE-SP, visitou
ontem a Folha. Estava acompanhado de Luiz Gonzaga
Bertelli, presidente-executivo do CIEE.
Tiroteio
"O companheiro Jutahy parece estar tendo aulas
de economia com o Aloizio Mercadante.
O problema é que o curso tem como base
teórica a Cepal e termina nos anos 70".
Do senador tucano ARTHUR VIRGÍLIO, evocando o órgão que aglutinou
economistas de esquerda na América Latina, em resposta ao deputado
e correligionário Jutahy Júnior, que o havia criticado por elogiar a gestão de Henrique Meirelles à frente do Banco Central.
Contraponto
Pé na jaca
Ao final do jantar comemorativo dos 27 anos do PT, em
Salvador, Lula afirmou em discurso que a sigla não pode
abrir mão da "bandeira da democracia". Não fosse o regime, disse, um metalúrgico jamais chegaria ao Planalto.
Muito aplaudido nesse momento, o presidente se entusiasmou, olhou para os correligionários Marcelo Déda e
Ana Julia Carepa e disparou, a título de "elogio':
-Nem um advogadozinho chumbrega como o Déda viraria governador de Sergipe e nem uma mulher, ainda
mais de perna quebrada, governaria o Pará!
Ambos fingiram levar a brincadeira numa boa, mas, em
privado, nenhum dos dois achou a menor graça.
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