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EUA citam Arruda e Sarney como exemplos de corrupção
Relatório divulgado ontem classifica situação brasileira como "preocupante"
Documento, elaborado pelo Departamento de Estado americano, faz balanço de crimes no mundo; PF diz ainda não ter lido os textos
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Departamento de Estado
dos EUA divulgou ontem um
relatório em que diz ver a corrupção no Brasil como "preocupante" e que "escândalos políticos domésticos" não param
de ser revelados pela imprensa.
O diagnóstico, que se refere a
2009, é elaborado anualmente
por ordem do Congresso americano e traça um painel da situação das drogas e da lavagem
de dinheiro no mundo, entre
outros crimes. O documento
usa dados da inteligência dos
EUA e informação oficial dos
países citados.
"Num caso sofisticado, o presidente do Senado, que também é ex-presidente do Brasil,
foi acusado de uma série de impropriedades, até mesmo de ter
uma conta bancária ilegal no
exterior", diz o relatório sobre
José Sarney (PMDB-AP).
"Políticos do bloco de oposição, como o governador de Brasília (sic), também estão sob investigação por práticas de corrupção", afirma o governo americano acerca do governador
afastado do DF, José Roberto
Arruda (sem partido).
Segundo o Departamento de
Estado, "processos por crimes
de corrupção no governo continuam lentos e poucas condenações na esfera administrativa
foram registradas em 2009".
O governo dos EUA diz que o
Brasil é um dos maiores destinos de lavagem de dinheiro,
junto com França, Alemanha e
Canadá. A chancelaria continua acreditando que a região da
Tríplice Fronteira é fonte de financiamento para terroristas e
recomenda leis para criminalizar atividades com esse fim.
O relatório aponta ainda o
aumento do consumo de drogas no Brasil e o uso do país como rota para o tráfico internacional. Afirma também que é o
segundo maior consumidor de
cocaína, atrás apenas dos EUA.
Segundo o governo americano, o crescimento decorre do
grande número de voos internacionais, "das incontáveis pistas clandestinas de pouso e de
uma enorme e violenta rede de
criminalidade que faz a distribuição da droga".
A Polícia Federal disse que
não poderia comentar o relatório sem antes ler o conteúdo e o
que diz a respeito do Brasil.
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