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Bida cita à CPI envolvimento de delegado
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
O fazendeiro Vitalmiro
Bastos Moura, o Bida, acusado de ser o mandante do assassinato da freira Dorothy
Stang, confirmou o envolvimento de delegado da Polícia Civil em esquema de proteção a madeireiro supostamente envolvido no crime.
A declaração foi feita em
depoimento aos congressistas que compõem a CPI da
Terra. O suposto esquema já
havia sido revelado em depoimento de Bida à PF
quando ele se entregou, no
último domingo. Na ocasião, Bida disse ter pedido ao
irmão Vander Bastos Moura
que redigisse bilhete a Amair
Feijoli Cunha, o Tato.
No bilhete, ao qual a Folha
teve acesso, Bida diz a Tato
"para falar à Justiça o compromisso que tinha com Dominguinhos". Segundo o deputado João Alfredo, relator
da comissão, Dominguinhos "foi capataz de três fazendeiros: Délio Fernandes,
José Ricardo Ferreira Andrade e Luiz Ungaratti".
Ungaratti é citado no bilhete, que diz que "o patrocinador era Luiz Ungaratti". À
CPI, Bida confirmou o que
disse à PF, que "Dominguinhos receberia R$ 20 mil pela morte e que Ungaratti seria o patrocinador do crime". Ontem, questionado
pelos congressistas sobre
quem seria o delegado, Bida
disse "ter ouvido falar que
era um delegado da Polícia
Civil" da região de Anapu.
A cidade tem apenas um
delegado, Marcelo Luz, que
nega as acusações e diz não
conhecer Ungaratti. O outro
delegado da região é Pedro
Monteiro, de Altamira (140
km de Anapu), que denunciou a freira em 2004 por incitar sem-terra a invadir
propriedades.
(SN)
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