São Paulo, sábado, 02 de abril de 2005

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Bida cita à CPI envolvimento de delegado

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, o Bida, acusado de ser o mandante do assassinato da freira Dorothy Stang, confirmou o envolvimento de delegado da Polícia Civil em esquema de proteção a madeireiro supostamente envolvido no crime.
A declaração foi feita em depoimento aos congressistas que compõem a CPI da Terra. O suposto esquema já havia sido revelado em depoimento de Bida à PF quando ele se entregou, no último domingo. Na ocasião, Bida disse ter pedido ao irmão Vander Bastos Moura que redigisse bilhete a Amair Feijoli Cunha, o Tato.
No bilhete, ao qual a Folha teve acesso, Bida diz a Tato "para falar à Justiça o compromisso que tinha com Dominguinhos". Segundo o deputado João Alfredo, relator da comissão, Dominguinhos "foi capataz de três fazendeiros: Délio Fernandes, José Ricardo Ferreira Andrade e Luiz Ungaratti".
Ungaratti é citado no bilhete, que diz que "o patrocinador era Luiz Ungaratti". À CPI, Bida confirmou o que disse à PF, que "Dominguinhos receberia R$ 20 mil pela morte e que Ungaratti seria o patrocinador do crime". Ontem, questionado pelos congressistas sobre quem seria o delegado, Bida disse "ter ouvido falar que era um delegado da Polícia Civil" da região de Anapu.
A cidade tem apenas um delegado, Marcelo Luz, que nega as acusações e diz não conhecer Ungaratti. O outro delegado da região é Pedro Monteiro, de Altamira (140 km de Anapu), que denunciou a freira em 2004 por incitar sem-terra a invadir propriedades. (SN)


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