São Paulo, segunda-feira, 02 de abril de 2007 |
Próximo Texto | Índice
Painel RENATA LO PRETE painel@uol.com.br Hora de assoprar
A despeito das declarações oficiais em contrário, a
cúpula do governo tem claro que sua relação com as
Forças Armadas, em particular com a Aeronáutica, ficou para lá de trincada no episódio do acordo fechado
para suspender a greve dos controladores de vôo. Por
isso, além de colocar em circulação no noticiário a curiosa teoria segundo a qual não teria havido quebra de
hierarquia, dado que esta "já tinha sido quebrada antes", o Planalto já se pôs em campo para amansar os
militares insatisfeitos. A declaração elogiosa de Lula
ao comandante da FAB, Juniti Saito, foi só o começo.
Diferentes emissários estão cuidando de levar mensagens contemporizadoras aos brigadeiros. De propósito. Militares que antes julgavam Waldir Pires apenas um "fraco", deixado no cargo tão somente pela dificuldade de Lula em demiti-lo, agora consideram a possibilidade de o ministro da Defesa ter sido peça de um jogo deliberado do governo para enfraquecer a Aeronáutica e apressar a desmilitarização do controle do tráfego aéreo. Mordomo. O Planalto culpa Arlindo Chinaglia (PT-SP) pela decisão do ministro Celso de Mello que permitiu ressuscitar a CPI do Apagão Aéreo. Agora, admitindo que o plenário do Supremo tende a dar sinal verde à comissão, quer que o presidente da Câmara pilote as negociações para restringir os trabalhos. Querosene. A base governista enxerga mais um complicador para a CPI: as disputas empresariais seguintes à compra da Varig pela Gol, que abririam um novo flanco de interesses contrariados para municiar a comissão.
Moita. Antes de explodir o
novo apagão aéreo, o setor de
comunicação social da Infraero programava um seminário
a ser realizado em Salvador a
partir de 18 de abril. Na sexta,
havia gente aconselhando o
cancelamento da iniciativa. Indigestão. Marta Suplicy deixou aliados de cabelo em pé, em jantar na semana passada, ao rasgar elogios à equipe deixada por Mares Guia no Turismo. Concluiu dizendo que vai trocar pouca gente. No balcão. Programa da Anvisa em parceria com a Secretaria Nacional Antidrogas, a ser lançado amanhã, cobrará das farmácias um relatório eletrônico semanal com dados sobre a venda de produtos controlados, como psicotrópicos e anabolizantes. Pista livre 1. O governador Ivo Cassol (PR-RO) disse aos membros do Conselho de Defesa da Pessoa Humana, em reunião no Ministério da Justiça, que o contrabando de diamantes segue rolando solto na reserva Roosevelt, onde em 2004 índios cinta-larga mataram 29 garimpeiros. Pista livre 2. "Nunca consegui entrar na reserva", admitiu o governador. Segundo o relato de Cassol, aviões que fazem o contrabando pousam na Roosevelt sem ser captados pelos radares. "Não fica um diamante lá", arrematou.
Metropolitano. Varrido
do Nordeste, o Democratas,
ex-PFL, resolveu bater bumbo sobre o fato de governar as
cidades de São Paulo e Rio,
além do Distrito Federal. Em
setembro, fará um seminário
sobre questões urbanas na capital paulista, com Gilberto
Kassab como estrela. Do deputado federal JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA) sobre trecho da nota oficial da Aeronáutica em que se informa que os controladores de vôo "passarão à subordinação" de um novo órgão civil a ser criado dentro da estrutura do Ministério da Defesa. Contraponto De camarote
Na década de 80, quando foi prefeito de São Paulo pela
segunda vez, Jânio Quadros costumava caminhar pelas
ruas do Morumbi acompanhado da mulher, Eloá. Em um
desses passeios, o casal avistou o então governador Orestes Quércia fazendo jogging. Jânio acendeu um cigarro, deu uma tragada profunda, expeliu a fumaça e observou: |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |