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Toda Mídia
Nelson de Sá
Sem querer
Do post "Toc, toc, toc", madrugada de sexta para sábado, no blog de Ancelmo Góis:
- Militares fazem greve pela primeira vez desde
1964. E hoje é dia 31 de março...
No "Jornal Nacional", horas depois, o relato de que
na noite anterior "o comando da Aeronáutica decidiu
prender 18 profissionais, mas o presidente Luiz Inacio Lula da Silva impediu as prisões para que a negociação fosse reaberta". Negociação que "não foi fácil",
como "mostrou uma gravação obtida com exclusividade pelo "JN'".
Na manchete da Folha Online à tarde, pouco antes,
Lula já havia anunciado a "reestruturação do setor" e
prometido "solução definitiva".
Por fim, ontem, 1º de abril, o texto "+ lido" do site, a
coluna de Kennedy Alencar, dizia que, "sem querer,
Lula quebrou tabu militar". A decisão era "entre preservar uma hierarquia militar que já estava mais que
quebrada e colocar fim ao caos".
CEDER CONTROLE
Em despacho da agência
Reuters, já ecoou ontem que
"militares do Brasil vão ceder
controle do tráfego aéreo". No
texto da reportagem, "os controladores não vão mais ser
subordinados aos militares",
à Aeronáutica "há muito tempo encarregada da aviação civil, na maior nação da América Latina".
CRISE VS. CONVERSA
O apagão de sexta-feira e
suas repercussões esconderam Lula em Camp David
com George W. Bush, na cobertura do "JN" e demais.
Mais curioso foi contar como,
até no noticiário anglo-europeu de sites como Google
News e Inform.com, a cobertura da crise chegou perto de
vencer a conversa.
NADA DE NOVO
Nem Lula escondeu a crise aérea com a visita a George
W. Bush, nem o americano escondeu as suas várias crises
internas com a conversa sobre etanol.
No "Washington Post" de ontem, o relato do encontro
dos dois foi parar na página A10, em despacho.
No "New York Times", foi uma pequena reportagem de
Jim Rutemberg, o mesmo que acompanhou a visita ao
Brasil, sob o título insignificante "Bush, dando seqüência
à viagem, encontra líder brasileiro". Abrindo o texto, o
americano "continuou com a sua nova corte à América
Latina, encontrando e jantando com o presidente Lula em
Camp David". De substantivo, "nada de novo".
A ÁSIA VEM AÍ
Na coluna semanal Agenda
da América Latina, o site do
"Financial Times" avisou ontem, no rastro da passagem
pouco proveitosa de Lula por
Camp David:
- Enquanto os Estados
Unidos prevaricam sobre sua
agenda comercial e muitos investidores tradicionais congelam gastos na América do
Sul em resposta à onda de
"nacionalismo dos recursos",
a Ásia está expandindo furiosamente sua presença econômica na região.
REFORMAS E O PIB
Mais do "FT". Uma primeira reportagem, na sexta, defendeu abertamente a nova
metodologia do PIB brasileiro. Mas a coluna Lex, ontem,
não se conteve e ironizou como ela "veio bem a tempo de
pegar a viagem de seu presidente aos EUA".
De todo modo, avaliou que
as novidades estariam "amplamente em linha com as
mudanças em outros países" e
associou o salto no volume às
"reformas do início dos anos
90". E cobrou mais.
O ENGENHEIRO SOCIAL
Jason Schmidt - nytimes.com
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Mendes da Rocha em SP, na foto do "NYT" |
Pelo segundo domingo, São
Paulo ocupou a revista de estilo
do "NYT", ontem, agora com as
criações e longo perfil de Paulo
Mendes da Rocha.
Descreve como o arquiteto,
"velho marxista", diante das
"circunstâncias capitalistas tão
avançadas" de São Paulo e suas
"camadas de arranha-céus que
marcham sem controle até o
horizonte", não tinha outra
saída a não ser "tornar-se um filósofo". Estende-se por
imagens da "maneira simbólica de pensar" de Mendes da
Rocha e seus "motivos recorrentes".
E por aí vai, laudatório, com restrições pontuais, o texto
"O engenheiro social".
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@ - Nelson de Sá
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