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Marketing de petista vai focar em ações sociais para garantir sucessor em 2010
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já colocou em prática
uma estratégia para tentar minar a oposição na sucessão de
2010. Principal ponto: vender
para a população o risco de "retrocesso", expressão usada por
Lula anteontem, sobretudo em
relação às conquistas sociais.
Articulada pelo jornalista
João Santana, essa estratégia
tem as funções de ressaltar feitos da gestão Lula, vendendo
assim uma imagem para reforçar a já alta popularidade do
presidente, e ser ampla o suficiente para que um ou mais
candidatos do campo lulista a
abracem em 2010.
Reservadamente, Santana
avalia que a economia é uma
área na qual o PSDB tem realizações (o Plano Real e a Lei de
Responsabilidade Fiscal).
Mais: a inflação baixa já não seria mais um ativo político, pois
estaria incorporada como conquista desde 1994.
Pesquisas de Santana mostram que a paternidade política
da ampliação dos programas
sociais é incontestavelmente
de Lula. Outro dado do levantamento, segundo apurou a Folha, mostra o impacto da expansão do crédito (crédito consignado, juros mais baixos, etc)
sobre o consumo popular.
Ao fechar seu mandato, um
auxiliar de Lula diz que ele poderá falar que cumpriu a principal promessa que fez ao subir
a rampa do Palácio do Planalto
em 1º de janeiro de 2003 de governar para os mais pobres.
Essa marca de "pai dos pobres" tem sido explorada pelo
presidente nas viagens para falar do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O presidente nega que essa
estratégia é uma forma de semear um "queremismo", o terceiro mandato seguido do petista. Em privado, Lula repete
que não deseja concorrer em
2010 e acrescenta que pagaria
um preço político alto.
O jogo de Lula é se fortalecer
politicamente para fazer o sucessor. O presidente já discutiu
com aliados casos em que a
criatura se voltou contra o criador. A observação que mais
marcou Lula, conta um cacique
petista, foi feita pelo ex-ministro Waldir Pires.
Segundo Pires, Juscelino Kubitschek errou ao lançar um
"candidato para perder" em
1960 -o marechal Henrique
Lott. JK contava com essa derrota para voltar em 1965, mas o
golpe de 1964 dinamitou seus
planos. Para Pires, Lula poderá
ter a mesma sina se usar recurso semelhante para tentar retornar nas eleições de 2014.
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