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Para Lula, apenas PAC e gestão Geisel deram fim à atrofia de investimentos
Petista diz que grandes obras de infra-estrutura foram feitas entre 1970 e 1985
LETÍCIA SANDER
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Crítico contumaz de seus antecessores, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva livra, com
freqüência, um personagem de
suas alfinetadas: o ex-presidente Ernesto Geisel (1974-1979).
Ontem, em discurso para os integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e
Social, não foi diferente.
Lula mencionou Geisel
quando falava na "atrofia" de
investimentos no país até sua
chegada ao poder. "De vez em
quando, o pessoal aqui me critica, a imprensa normalmente: "o
Lula falou bem do Geisel". É
porque foi o último momento
de grandes investimentos em
infra-estrutura neste país. Eu
estou falando de 1975 a 1980.
De 80 para cá, vocês procurem
saber quais os grandes investimentos que este país fez."
O presidente Lula atribuiu o
incremento em investimentos
públicos ao PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento),
responsável segundo ele, por
uma "revolução no país".
Na semana em que a oposição acionou a Justiça Eleitoral
questionando Lula por suposto
abuso de poder político e de autoridade devido ao cronograma
de viagens e inaugurações feitas pelo país, o petista sinalizou
que manterá a agenda.
"Tenho viajado o Brasil nesses últimos dias, nessas últimas
semanas, por conta do PAC. Eu
penso que muita gente, nem
dentro do governo e nem no
meio empresarial, ainda não
tem noção do impacto que o
PAC está causando neste país."
PAC e PND
No governo Geisel foi lançado o 2º PND (Plano Nacional de
Desenvolvimento), com estímulo ao desenvolvimento industrial, investimentos na produção de máquinas e equipamentos, mineração e aço e
energia. As obras foram consideradas "faraônicas" e não
prioritárias na época.
Lula já fez 24 referências à
ditadura Geisel em seus discursos, mostra pesquisa feita no site do Planalto. Na maioria das
vezes, ao comparar investimentos públicos feitos sob sua
gestão com os do período da ditadura, ele ressalva que, no passado, as obras foram feitas a
custo de muito endividamento,
o que não ocorre hoje.
Ontem, o presidente voltou a
falar do bom momento da economia e afirmou que não há espaço "para retroceder". "Porque quando o comércio vende
do jeito que está vendendo, eu
sei que a comida está chegando
à boca do pobre, e quando está
chegando à boca do pobre a
gente percebe que ele vai aos
atos públicos mais feliz."
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