São Paulo, quarta-feira, 02 de abril de 2008

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Para Lula, apenas PAC e gestão Geisel deram fim à atrofia de investimentos

Petista diz que grandes obras de infra-estrutura foram feitas entre 1970 e 1985

LETÍCIA SANDER
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Crítico contumaz de seus antecessores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva livra, com freqüência, um personagem de suas alfinetadas: o ex-presidente Ernesto Geisel (1974-1979). Ontem, em discurso para os integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, não foi diferente.
Lula mencionou Geisel quando falava na "atrofia" de investimentos no país até sua chegada ao poder. "De vez em quando, o pessoal aqui me critica, a imprensa normalmente: "o Lula falou bem do Geisel". É porque foi o último momento de grandes investimentos em infra-estrutura neste país. Eu estou falando de 1975 a 1980. De 80 para cá, vocês procurem saber quais os grandes investimentos que este país fez."
O presidente Lula atribuiu o incremento em investimentos públicos ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), responsável segundo ele, por uma "revolução no país".
Na semana em que a oposição acionou a Justiça Eleitoral questionando Lula por suposto abuso de poder político e de autoridade devido ao cronograma de viagens e inaugurações feitas pelo país, o petista sinalizou que manterá a agenda.
"Tenho viajado o Brasil nesses últimos dias, nessas últimas semanas, por conta do PAC. Eu penso que muita gente, nem dentro do governo e nem no meio empresarial, ainda não tem noção do impacto que o PAC está causando neste país."

PAC e PND
No governo Geisel foi lançado o 2º PND (Plano Nacional de Desenvolvimento), com estímulo ao desenvolvimento industrial, investimentos na produção de máquinas e equipamentos, mineração e aço e energia. As obras foram consideradas "faraônicas" e não prioritárias na época.
Lula já fez 24 referências à ditadura Geisel em seus discursos, mostra pesquisa feita no site do Planalto. Na maioria das vezes, ao comparar investimentos públicos feitos sob sua gestão com os do período da ditadura, ele ressalva que, no passado, as obras foram feitas a custo de muito endividamento, o que não ocorre hoje.
Ontem, o presidente voltou a falar do bom momento da economia e afirmou que não há espaço "para retroceder". "Porque quando o comércio vende do jeito que está vendendo, eu sei que a comida está chegando à boca do pobre, e quando está chegando à boca do pobre a gente percebe que ele vai aos atos públicos mais feliz."


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