São Paulo, quinta-feira, 02 de abril de 2009

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Governo pede perdão à viúva de Miguel Arraes por prendê-lo na ditadura

RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Ontem, dia em que o golpe militar de 1964 completou 45 anos, a chamada Caravana da Anistia do Ministério da Justiça começou a julgar em Recife cerca de 60 requerimentos de indenização de pessoas que sofreram perseguição política no regime militar.
Durante cerimônia na sede do governo de Pernambuco, o ministro Tarso Genro (Justiça) oficializou também a anistia ao ex-governador Miguel Arraes (1916-2005), que em 1964, na metade de seu primeiro mandato como governador, foi retirado do local e preso por se negar a renunciar. O ministro afirmou que Arraes foi um exemplo de resistência e pediu perdão em nome do Brasil à viúva Madalena Arraes.
"A visão tradicional da anistia é que ela é um perdão que o Estado concede. A concepção que está na base desse nosso trabalho é que quem pede perdão é o Estado, porque foi o Estado que cometeu as violências e os delitos na época", disse.
Neto de Arraes, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), participou da solenidade e chorou.
Campos doou ao ministro o acervo documental do Instituto de Criminalística do Estado para o Memorial da Anistia Política.
Ontem, o governo de Pernambuco liberou ainda o pagamento de indenizações a 32 ex-presos políticos, totalizando 169 beneficiados pelo Estado desde 2007. Os valores variam de R$ 7.000 a R$ 30 mil. O Estado já gastou mais de R$ 4 milhões com indenizações e para a liberação dos recursos foram priorizados os anistiados mais velhos e com doenças graves.
No país, o número de indenizações chega a 12 mil desde 2002, com a criação da Comissão da Anistia.


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