São Paulo, sexta-feira, 02 de abril de 2010

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Campanha terá "bom nível", afirma Serra

No último dia como governador, e após ter feito ataques ao governo Lula, tucano diz esperar disputa com "base em ideias'

Tucano diz que tanto Dilma quanto Marina "são pessoas de bom nível", mas não diz que é candidato: "Só depois da convenção, em junho"

ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia após fazer duros ataques ao governo do presidente Lula e da candidata petista ao Planalto, Dilma Rousseff, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou crer em uma "campanha de nível" na disputa pela Presidência.
Em seu último dia no cargo, alternou falas de candidato com o discurso de que sua candidatura depende do partido.
Como candidato, falou do que espera da corrida eleitoral: "Minha expectativa é que [a campanha] tenha um bom nível. Tanto Dilma Rousseff quanto Marina [Silva, pré-candidata pelo PV] são pessoas de bom nível, eu acho que vamos ter uma campanha de nível com base em ideias, divergências, convergências", disse.
Questionado se a cordialidade se manteria caso o deputado federal Ciro Gomes (PSB), conhecido por suas críticas ácidas, entre na disputa, Serra prometeu tratamento "civilizado". Mas evitou confirmar a candidatura. "Eu garanto que pelo meu lado vou tratar de maneira civilizada, se eu vier a ser candidato. Candidatura é só depois da convenção, em junho."
Na quarta-feira, no evento de prestação de contas de sua gestão que foi a despedida oficial do cargo, Serra fez uma menção velada ao mensalão de 2005: "Aqui não se cultivam escândalos, malfeitos, roubalheira".
No mesmo dia, Lula, em Brasília, atacou em discurso quem não acorda cedo. Serra é conhecido por seus hábitos noturnos e não costuma marcar compromissos oficiais pela manhã. "Quem quiser dormir até as 10h, quem quiser achar que tem que fazer relação com formador de opinião pública para me derrotar vai ter que colocar o pé no barro, vai ter que viajar esse país, vai ter que correr", disse Lula na oportunidade.
A Folha apurou que, ao saber da fala, Serra reagiu com irritação. Em conversas privadas, disse a interlocutores que não responderia ao recado por entendê-lo como uma tentativa de desviar para Lula o embate que deve travar com Dilma.
Colaborou a Sucursal de Brasília


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