São Paulo, quarta-feira, 02 de maio de 2001

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PAINEL

Retiro forçado
Jader Barbalho está cada vez mais isolado. São raras as conversas com líderes do PMDB e interlocutores de FHC. A avaliação no partido é que o presidente do Senado não sabe como defender-se no caso Sudam e espera o resultado do processo contra ACM e José Roberto Arruda.

Confiança absoluta
Jader desgastou-se com a cúpula do PMDB quando garantiu, em uma reunião fechada, não ter envolvimento com José Osmar Borges, acusado de fraudar a Sudam. Trata-se de um ex-sócio da mulher do senador.

No purgatório
Líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima diz que o partido só vai se preocupar com Jader Barbalho depois. "Acreditamos nele. Mas, se o pecado for alto, ele vai ter de pagar."

Apoio externo
Romeu Tuma pedirá apoio ao FBI para recuperar a lista da cassação de Luiz Estevão. A PF analisou os disquetes, mas não conseguiu. Segundo o corregedor, a polícia americana obteve sucesso em casos semelhantes e pode orientar a brasileira.

Amigos à parte
Pedro Parente (Casa Civil) decepcionou ACM (PFL), que o considerava seu principal aliado no Planalto. Segundo interlocutores do pefelista baiano, o ministro não telefonou nenhuma vez após o escândalo da violação do painel do Senado.

Aviso prévio
Carlos Wilson (PPS) diz que avisou ACM e Arruda no dia 17 de abril de que a fraude no painel tinha sido constatada por laudos. Portanto todos os pronunciamentos posteriores, nos quais negaram ter conhecimento da violação, foram falsos.

Duelo de astros
A oposição irá promover no próximo dia 9 um ato pró-CPI da corrupção em Brasília. A idéia dos organizadores é tentar levar à capital artistas baianos que não deram apoio a ACM.

Contagem regressiva
José Eduardo Dutra, líder do PT no Senado, tem, segundo colegas, um bom motivo para protocolar rapidamente o pedido de CPI da corrupção. "Precisa correr antes que ACM seja cassado e a lista perca uma assinatura", diz Walter Pinheiro (PT).

Em defesa do emprego
No seu ato do Dia do Trabalho, em São Paulo, a Força Sindical credenciou dirigentes e jornalistas com pulseiras fabricadas em San Fernando, nos EUA.

Ser humano
Antônio Rogério Magri reapareceu ontem no ato da Força Sindical. Sozinho num canto do palco, o ex-ministro collorido dançava com um pastel na mão e um bonezinho da entidade.

Referência moral
Temas prioritários da pré-campanha de Itamar Franco a presidente: ética e combate à corrupção. Orestes Quércia e Newton Cardoso, candidatos de Itamar em SP e Minas, respectivamente, agradecem.

Precisa de afago
Lula aceitou ser inscrito nas prévias do PT por meio de um documento a ser assinado por governadores, prefeitos, senadores e deputados do partido.

Falta de costume
ACM telefonou à Rede Globo para reclamar do noticiário da emissora no caso do painel. Diz que as críticas a ele têm sido feitas não só no jornalismo mas em toda a programação. Em "Porto dos Milagres", por exemplo, o personagem de Lima Duarte seria uma sátira ao baiano.

Conversa limitada
Martus Tavares (Planejamento) vai ao Congresso hoje para dar um recado a parlamentares que chamam a Lei de Diretrizes Orçamentárias de "restritiva": o governo não abre mão da meta de superávit nem dos programas estratégicos do "Avança Brasil". 2002 vem aí.

TIROTEIO

Do governador do Amapá, João Alberto Capiberibe (PSB), sobre o envolvimento de ACM (PFL) e José Roberto Arruda (ex-PSDB) na violação do painel de votação do Senado:
-Só há uma maneira de a instituição continuar a merecer respeito: cassando os dois.

CONTRAPONTO

Perguntar não ofende

Michel Temer (PMDB-SP), então deputado constituinte, foi convidado a fazer uma palestra em Belo Horizonte para estudantes universitários.
Ao final da palestra, Temer, que também é professor de direito constitucional, abriu para as perguntas dos estudantes.
Depois de algum tempo, o deputado percebeu que o mediador do encontro estava evitando ler perguntas políticas, com receio de um eventual constrangimento. Deixava-as de lado, fazendo apenas os questionamentos eminentemente técnicos.
Temer interveio:
- Não se preocupe. Se tiver pergunta cabeluda, não tem problema. Pode fazer.
O mediador sorriu. Tirou uma do monte e foi direto:
- O que o senhor acha da faixa, colocada em vários pontos de Belo Horizonte, que diz: "Faça uma boa ação. Mate um deputado hoje"?


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