São Paulo, quarta-feira, 02 de maio de 2001

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ALIADOS EM CRISE

Eleitor exige cassação, diz Saturnino Braga

ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO

Em 1966, o então estreante deputado federal Saturnino Braga presidiu a CPI que declarou ilegal o contrato da Globo com o grupo Time-Life. Hoje, como senador, diz que está sendo mais difícil ser relator do caso sobre a quebra do sigilo do painel do Senado.
Mas a dificuldade, diz ele, é positiva: "Naquela CPI, eu sabia que estava afetando interesses empresariais, mas não havia nenhuma cobrança da população. Agora, o eleitor está mais consciente e exige mais de seus representantes".
Quando presidiu a CPI, Saturnino era do MDB. As investigações concluíram que o contrato entre a Globo e a Time-Life feria a legislação. O acordo foi desfeito em 71.
Ontem, no Rio, o senador caminhou, das 7h às 8h, pelo calçadão da praia do Leblon e foi parado por várias pessoas, todas se dizendo atentas à crise no Senado.
"Não vai deixar aquela moça pagar o pato sozinha, hein senador", pediu o engenheiro Antonio Cordeiro, referindo-se à ex-diretora do Prodasen Regina Borges, que amanhã participará de acareação com os senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF) no Conselho de Ética.
"Nós estamos cansados da arrogância e das mentiras de ACM e do Arruda. Queremos a punição dos dois", disse o representante comercial Arnaldo Bezerra.
"As eleições estão chegando, e vamos dar o troco", disse Sérgio Simões, que estava ao lado de Bezerra. Aos dois, Saturnino Braga disse considerar muito grave a violação do sigilo do painel.
Ao parar para tomar uma água de coco, ouve mais algumas senhoras que lhe pedem para cassar "os políticos mentirosos". Saturnino observa que hoje as pessoas "rejeitam esses comportamentos. Estamos vivendo um aperfeiçoamento da democracia", conclui.



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