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ALIADOS EM CRISE
Eleitor exige cassação, diz Saturnino Braga
ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO
Em 1966, o então estreante deputado federal Saturnino Braga
presidiu a CPI que declarou ilegal
o contrato da Globo com o grupo
Time-Life. Hoje, como senador,
diz que está sendo mais difícil ser
relator do caso sobre a quebra do
sigilo do painel do Senado.
Mas a dificuldade, diz ele, é positiva: "Naquela CPI, eu sabia que
estava afetando interesses empresariais, mas não havia nenhuma
cobrança da população. Agora, o
eleitor está mais consciente e exige mais de seus representantes".
Quando presidiu a CPI, Saturnino era do MDB. As investigações
concluíram que o contrato entre a
Globo e a Time-Life feria a legislação. O acordo foi desfeito em 71.
Ontem, no Rio, o senador caminhou, das 7h às 8h, pelo calçadão
da praia do Leblon e foi parado
por várias pessoas, todas se dizendo atentas à crise no Senado.
"Não vai deixar aquela moça
pagar o pato sozinha, hein senador", pediu o engenheiro Antonio
Cordeiro, referindo-se à ex-diretora do Prodasen Regina Borges,
que amanhã participará de acareação com os senadores Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF) no Conselho de Ética.
"Nós estamos cansados da arrogância e das mentiras de ACM e
do Arruda. Queremos a punição
dos dois", disse o representante
comercial Arnaldo Bezerra.
"As eleições estão chegando, e
vamos dar o troco", disse Sérgio
Simões, que estava ao lado de Bezerra. Aos dois, Saturnino Braga
disse considerar muito grave a
violação do sigilo do painel.
Ao parar para tomar uma água
de coco, ouve mais algumas senhoras que lhe pedem para cassar
"os políticos mentirosos". Saturnino observa que hoje as pessoas
"rejeitam esses comportamentos.
Estamos vivendo um aperfeiçoamento da democracia", conclui.
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