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BALANÇO ELEITORAL
Partido deve à empresa do senador José Alencar, do PL
PSDB ainda não quitou R$ 2,3 mi da reeleição
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PSDB ainda não quitou sua
maior dívida da campanha de
reeleição do presidente Fernando
Henrique Cardoso. A última
prestação de contas anual do partido, entregue ao TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) na terça-feira,
mostra que os tucanos continuam
devendo R$ 2,3 milhões à Coteminas, empresa do senador José
Alencar (PL-MG), um dos cotados para vice na chapa do petista
Luiz Inácio Lula da Silva.
O montante corresponde a 2,1
milhões de camisetas compradas
em 98. Neste ano, o tribunal já encaminhou duas notificações ao
PSDB, informando que o partido
não pode mais rolar a dívida: ou
paga a quantia ao credor, informando a fonte dos recursos, ou
declara o valor como doação.
O vice-presidente da Coteminas, Josué Gomes, disse à Folha
que encaminhou ao PSDB, a pedido do secretário-geral do partido,
deputado Márcio Fortes (RJ), um
termo de confissão de dívida de
R$ 3,3 milhões -o montante inclui cálculo de juros-, com vencimento para 25 de junho deste
ano, data em que o congressista se
comprometeu a pagar a fatura.
A negociação do PSDB com a
Coteminas envolveu outras 415
mil camisetas, no valor de R$ 589
mil, entregues ao comitê de campanha de FHC como doação.
Reportagens publicadas pela
Folha em 2000 mostraram que o
valor não foi registrado no TSE
como colaboração para o então
candidato. No total, foram R$ 10,1
milhões em contribuições a um
caixa paralelo, conforme planilhas até então secretas.
Na última terça, venceu o prazo
para que os partidos entregassem
ao TSE a prestação de contas referente ao ano passado. Tomando
como critério o desempenho das
contas em 2001, os tucanos tiveram o melhor resultado entre os
três maiores partidos (PFL,
PMDB e PSDB). Declararam um
superávit de R$ 964.964,93.
O número se aproxima bastante
do valor informado pelo PSDB à
Folha como sendo o total de despesas da pré-campanha do presidenciável tucano, José Serra. Entre janeiro e 3 de abril, o presidenciável teria consumido, entre viagens, pesquisas, eventos e programas de tevê, R$ 947,5 mil.
Outros partidos
PFL e PMDB declararam ao TSE
que no ano passado acumularam
déficit de R$ 527.191,29 e R$
30.226,31, respectivamente. Também ficou no prejuízo o nanico
Prona, com um resultado negativo de R$ 1.378,03.
Pefelistas, peemedebistas e tucanos revelaram que viveram
praticamente do fundo partidário. Apenas o PSDB declarou o recebimento de doação em 2001. O
único doador foi Márcio Fortes,
que desembolsou R$ 18 mil.
Trata-se de uma contabilidade
bem diferente da apresentada no
ano passado (referente a 2000),
quando as doações para os tucanos somaram R$ 1,12 milhão. Fortes já se revelara então o único colaborador na categoria pessoa física, desembolsando R$ 245 mil.
Numa faixa mais modesta, mas
com saldo positivo, estão o PSB,
de Anthony Garotinho, e o PPS,
de Ciro Gomes, donos do terceiro
e do quarto lugares nas pesquisas
de intenção de voto. Declararam,
respectivamente, saldo de R$
119.285,77 e R$ 9.915,09.
O PT mandou um relato parcial,
via fax, resumindo o balanço patrimonial do ano passado. Pela lei,
tem mais cinco dias úteis para enviar os originais ao TSE.
Até as 19h da terça-feira, 23 dos
30 partidos haviam entregue sua
prestação de contas.
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