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SAIBA MAIS
Baixas militares no conflito são objeto de sigilo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O número de soldados mortos durante a Guerrilha do Araguaia (1972-1974) continua
sendo tratado pelo Exército como dado sigiloso. Os poucos
documentos vazados à revelia
dos militares dão notícia de escassas duas mortes.
Extra-oficialmente, as baixas
do Exército são estimadas em
dez. Incluindo-se as mortes de
colonos que guiavam soldados
nas matas, o número pode subir a 15. São dados que jamais
mereceram nem confirmação
nem desmentido oficial.
A Folha publicou em sua edição de ontem reportagem com
depoimentos de ex-combatentes do Araguaia. Entre os 36 ex-militares ouvidos, apenas um,
o ex-sargento João Manoel do
Nascimento, 58, fez menção a
uma baixa do Exército.
Ele citou a morte em combate
do "cabo Rosa". Era Odílio Cuz
Rosa, da 5ª Companhia de
Guardas, de Belém. Morreu em
maio de 72, durante a primeira
campanha do Exército na selva.
Sua patrulha foi emboscada pelos guerrilheiros. Além do cabo
Rosa, a outra vítima militar conhecida pelo nome é o sargento
Mário Abrahim da Silva. Foi
morto em ataque da guerrilha à
base do 2º Batalhão de Infantaria de Selva, na segunda campanha do Exército, em 72.
A Guerrilha do Araguaia é
um dos principais tabus do
Exército quando instado a comentar a ditadura militar. Os
militares, por exemplo, dizem
que não possuem mais documentos que possam ajudar as
famílias a encontrar os restos
mortais dos guerrilheiros. Testemunhos colhidos pela Folha
deram conta de "operação de
limpeza" no Pará para resgatar
ossos de combatentes mortos
tempos depois da guerrilha.
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