São Paulo, segunda-feira, 02 de maio de 2005

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Baixas militares no conflito são objeto de sigilo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O número de soldados mortos durante a Guerrilha do Araguaia (1972-1974) continua sendo tratado pelo Exército como dado sigiloso. Os poucos documentos vazados à revelia dos militares dão notícia de escassas duas mortes.
Extra-oficialmente, as baixas do Exército são estimadas em dez. Incluindo-se as mortes de colonos que guiavam soldados nas matas, o número pode subir a 15. São dados que jamais mereceram nem confirmação nem desmentido oficial.
A Folha publicou em sua edição de ontem reportagem com depoimentos de ex-combatentes do Araguaia. Entre os 36 ex-militares ouvidos, apenas um, o ex-sargento João Manoel do Nascimento, 58, fez menção a uma baixa do Exército.
Ele citou a morte em combate do "cabo Rosa". Era Odílio Cuz Rosa, da 5ª Companhia de Guardas, de Belém. Morreu em maio de 72, durante a primeira campanha do Exército na selva. Sua patrulha foi emboscada pelos guerrilheiros. Além do cabo Rosa, a outra vítima militar conhecida pelo nome é o sargento Mário Abrahim da Silva. Foi morto em ataque da guerrilha à base do 2º Batalhão de Infantaria de Selva, na segunda campanha do Exército, em 72.
A Guerrilha do Araguaia é um dos principais tabus do Exército quando instado a comentar a ditadura militar. Os militares, por exemplo, dizem que não possuem mais documentos que possam ajudar as famílias a encontrar os restos mortais dos guerrilheiros. Testemunhos colhidos pela Folha deram conta de "operação de limpeza" no Pará para resgatar ossos de combatentes mortos tempos depois da guerrilha.


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