São Paulo, terça-feira, 02 de maio de 2006

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Entidades são filiadas a cooperativa de crédito

DA SUCURSAL DO RIO

Empresas e sócios envolvidos no escândalo das doações ao presidenciável Anthony Garotinho (PMDB) integram uma cooperativa de crédito autorizada pelo Banco Central a funcionar no Rio nos moldes de um banco (oferece talão de cheque, cartão de crédito, contas corrente e de poupança).
A Infocrerj (Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Profissionais de Informática do Rio de Janeiro) foi fundada em 2000 por Luiz Antônio Motta Roncoli, seu primeiro presidente. Ele é sócio da Virtual Line, empresa que doou dinheiro a Garotinho e é cooperada à Infocrerj.
Roncoli atua ainda em empresas e ONGs beneficiadas com contratos milionários firmados sem licitação com o governo Rosinha Matheus. A atuação de Roncoli num eventual desvio de dinheiro do erário é investigada pela Procuradoria e pela PF. Ele não foi localizado pela Folha.
Da primeira diretoria da Infocrerj fez parte o empresário Frederico Guilherme de Souza Irapuam Ribeiro Palmeira, sócio da Teldata Telecomunicações e Sistema, maior doadora (R$ 250 mil) da lista apresentada por Garotinho como seus financiadores.
Também já integrou a direção da Infocrerj Pedro Augusto Motta Roncoli, irmão de Luiz Antônio Roncoli e diretor-presidente da Pró-Service Consultoria e Cooperativa de Prestação de Serviços.
A Infocrerj funciona num shopping na Barra da Tijuca. Tem cerca de 950 clientes, segundo o presidente Celso Augusto de Arantes Pereira. Sob a alegação de manter o sigilo dos cooperados, ele não revelou quais empresas e sócios têm vínculo com a cooperativa.
O presidente disse que Roncoli está afastado da direção, embora continue cooperado. O site www.infocrerj.com.br traz fotografias recentes em que ele aparece ao lado dos atuais diretores.
A Folha apurou que, além dos já citados, são vinculados à Infocrerj o IBDT (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Treinamento) e seus sócios Nildo Raja (como cadastrado) e Reinaldo Pavarino Júnior (correntista). O IBDT já levou R$ 26,89 milhões do governo do Estado do Rio. (SERGIO TORRES)

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