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Base decide comandar CPI e rejeita acordo com oposição
PT e PMDB querem ficar com presidência e relatoria
FÁBIO ZANINI
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em conversas durante o feriado prolongado, líderes da base governista na Câmara enterraram a possibilidade de oferecer à oposição um dos postos de
comando da CPI do Apagão Aéreo, que serão loteados entre
PT e PMDB. Os mais cotados
para presidir e relatar a comissão são o petista Marco Maia
(RS) e o peemedebista Marcelo
Castro (PMDB-PI). Qual deles
seria o relator e o presidente
ainda dependerá de um acerto
entre PT e PMDB.
Maia, no segundo mandato, é
um deputado em ascensão junto a caciques do PT e demonstra total fidelidade ao governo.
Castro, na terceira legislatura,
tem perfil discreto e boas relações com o presidente do
PMDB, Michel Temer (SP), e o
líder Henrique Alves (RN).
Os partidos da base governista devem indicar hoje seus integrantes para a comissão. A CPI
começaria a funcionar amanhã,
com a escolha do relator e do
presidente. A oposição, que terá apenas 8 dos 24 integrantes,
já fez suas indicações.
O PT pretende presidir a CPI
porque é o presidente quem define o foco da investigação, podendo recusar ou atrasar a tramitação de requerimentos para
investigar denúncias de corrupção na Infraero.
No Senado, o DEM (ex-PFL)
quer a relatoria da CPI do Apagão Aéreo e já destacou o senador Demóstenes Torres (GO)
para a função. A presidência ficaria com o PMDB. Ambos têm
as maiores bancadas.
A base do governo ainda não
indicou os integrantes da CPI
do Senado. Os aliados têm esperança de um acordo com a
oposição para deixar as investigações a cargo da Câmara.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR),
vai procurar nesta semana os líderes do DEM e do PSDB e propor que a oposição fique com a
presidência ou a relatoria da
CPI na Câmara em troca do enterro da comissão no Senado.
"Minha expectativa é que haja bom senso para compactar
duas CPIs em uma só", afirmou
Jucá. Questionado se os aliados
estariam dispostos a ceder uma
das vagas na Câmara para a
oposição, o líder disse que sim.
A oposição no Senado afirma
que não há possibilidade de negociação e já traçou um plano
de trabalho para a CPI. O líder
do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), pretende começar as investigações ouvindo
os controladores de tráfego aéreo, enquanto os deputados
querem convocar logo de início
diretores da Infraero para apurar denúncias de corrupção.
"Os controladores são o mapa da mina em termos de deficiência. A Infraero viria como
conseqüência", disse Agripino.
Reticente no início, o PSDB
agora acha que a CPI no Senado
é irreversível. Enquanto PSDB
e DEM terão cinco membros na
CPI, a base contará com oito.
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