São Paulo, quarta-feira, 02 de maio de 2007

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Base decide comandar CPI e rejeita acordo com oposição

PT e PMDB querem ficar com presidência e relatoria

FÁBIO ZANINI
FERNANDA KRAKOVICS

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em conversas durante o feriado prolongado, líderes da base governista na Câmara enterraram a possibilidade de oferecer à oposição um dos postos de comando da CPI do Apagão Aéreo, que serão loteados entre PT e PMDB. Os mais cotados para presidir e relatar a comissão são o petista Marco Maia (RS) e o peemedebista Marcelo Castro (PMDB-PI). Qual deles seria o relator e o presidente ainda dependerá de um acerto entre PT e PMDB.
Maia, no segundo mandato, é um deputado em ascensão junto a caciques do PT e demonstra total fidelidade ao governo. Castro, na terceira legislatura, tem perfil discreto e boas relações com o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), e o líder Henrique Alves (RN).
Os partidos da base governista devem indicar hoje seus integrantes para a comissão. A CPI começaria a funcionar amanhã, com a escolha do relator e do presidente. A oposição, que terá apenas 8 dos 24 integrantes, já fez suas indicações.
O PT pretende presidir a CPI porque é o presidente quem define o foco da investigação, podendo recusar ou atrasar a tramitação de requerimentos para investigar denúncias de corrupção na Infraero.
No Senado, o DEM (ex-PFL) quer a relatoria da CPI do Apagão Aéreo e já destacou o senador Demóstenes Torres (GO) para a função. A presidência ficaria com o PMDB. Ambos têm as maiores bancadas.
A base do governo ainda não indicou os integrantes da CPI do Senado. Os aliados têm esperança de um acordo com a oposição para deixar as investigações a cargo da Câmara.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), vai procurar nesta semana os líderes do DEM e do PSDB e propor que a oposição fique com a presidência ou a relatoria da CPI na Câmara em troca do enterro da comissão no Senado.
"Minha expectativa é que haja bom senso para compactar duas CPIs em uma só", afirmou Jucá. Questionado se os aliados estariam dispostos a ceder uma das vagas na Câmara para a oposição, o líder disse que sim.
A oposição no Senado afirma que não há possibilidade de negociação e já traçou um plano de trabalho para a CPI. O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), pretende começar as investigações ouvindo os controladores de tráfego aéreo, enquanto os deputados querem convocar logo de início diretores da Infraero para apurar denúncias de corrupção.
"Os controladores são o mapa da mina em termos de deficiência. A Infraero viria como conseqüência", disse Agripino. Reticente no início, o PSDB agora acha que a CPI no Senado é irreversível. Enquanto PSDB e DEM terão cinco membros na CPI, a base contará com oito.


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