São Paulo, quarta-feira, 02 de maio de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Dos EUA para a China

Ao vivo em sua Telesur, Hugo Chávez proclamou a Venezuela como "potência mundial do petróleo" e, no final, falou dos acordos de energia com Lula e da "união da América Latina e Caribe". A manchete da Folha Online noticiou o "controle total do petróleo".
O "Wall Street Journal" de ontem, num dos textos "mais populares" no site, destacou "como Chávez visa enfraquecer os EUA" ao nacionalizar as reservas e dar "preferência" à China para as exportações. Saem as americanas Exxon e Chevron, "o velho", e entram acordos com a chinesa CNPC e a brasileira Petrobras, "o novo". O "WSJ" diz que o movimento leva os EUA a depender ainda mais do petróleo do Oriente Médio.

GUERRA DE NERVOS
Folha Online, BBC Brasil e outros destacaram que Evo Morales adiou para hoje o anúncio do "controle total" sobre gás e petróleo na Bolívia, deixando no ar o acordo a ser feito pelas refinarias da Petrobras. De todo modo, a estatal "não deve ser afetada diretamente". O presidente boliviano, em seu discurso de 1º de Maio, até chamou o brasileiro de "meu amigo Lula".
Mas "nos bastidores" prosseguia a "guerra de nervos".

FURACÕES E INTRIGAS
O chanceler da Venezuela esteve anteontem em Brasília e, segundo o venezuelano "El Universal" e a agência espanhola Efe, saiu anunciando que seu país "vai comprar quase toda a produção [exportável] de etanol do Brasil", para a mistura com gasolina.
O enviado também tratou de declarar, retoricamente, que Lula e Hugo Chávez compartilham "amizade pessoal e confiança política à prova de furacões, intrigas e mentiras".

FIDEL E A COMIDA
O cubano Fidel Castro voltou a questionar o etanol e o Brasil na capa do "Granma". O ditador, que "não foi ao 1º de Maio", como destacou o "NYT", diz que até "pessoas tradicionalmente amigas de Cuba" andam confusas, que não tem "nada contra" o Brasil nem quer "prejudicar o ingresso de moeda exterior no país", mas não pode se calar diante da "tragédia mundial".
No texto, pergunta se parte da soja não vai virar biodiesel. E afirma que pastos para gado já viram canaviais, no Brasil.

"FREE CUBA"
A agência americana AP despachou ontem reportagem especial sobre o "modelo" de etanol do Brasil. O Pró-Álcool da "Arábia Saudita do combustível renovável" seria objeto de desejo dos EUA e de outros países latino-americanos. A maior curiosidade são as seguidas menções à "Cuba livre", pós-Fidel, que poderia se tornar grande exportadora de etanol de cana aos EUA.

"WSJ", "NYT", "FT" E AS OFERTAS

As manifestações dos imigrantes "latinos" logo ficaram para trás -e as manchetes dos sites de "WSJ", "NYT", "Washington Post" e outros americanos foram para a oferta bilionária de compra do mesmo "WSJ" pela News Corp. de Rupert Murdoch. Saiu, antes do próprio "WSJ", na manchete do concorrente "Financial Times", britânico.
Com o registro, também ecoado por toda parte, de que é mais um efeito dos crescentes problemas financeiros dos jornais americanos, diante da concorrência da internet, problemas que já ameaçaram o controle do "NYT", dias antes. E que ameaçam também o "FT", observa o "NYT".


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@ - Nelson de Sá


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